Prende-me!
Aqui, a ti, em ti.
Não deixes que te fuja,
Não permitas que as horas vazias
Em que não estás
Me levem qual folha no vento
Desprendida da árvore que a alimenta,
Solta, perdida,
Depressa esquecida, substituida.
Prende-me!
Nos teus braços
Com fitas carmim,
Em amarras criadas de laços
Que deslizam em mim,
Como os teus dedos
Na pele que te pertence,
No corpo que conheces,
Num sentir que me enlouquece.
Prende-me!
No teu beijo
Que tem esse teu gosto
Que me invade a boca,
Que na minha encaixa perfeita,
E que nela se movimenta,
De forma rápida, intensa ou lenta,
Que nos meus lábios desliza,
Que me molha de saliva...
Prende-me!
Neste sentir de te querer partilhar o viver,
Neste desejo de todos os dias te ver,
Te saber, te ouvir e poder tocar.
De contigo querer saber o sabor dos dias abraçados
Em horas que lentas passam.
Prende-me!
Quero-te ao meu lado,
Quero-te comigo,
Quero-me contigo,
Quero que me enchas o vazio dos dias,
Que me preenchas as páginas deste livro que é o viver,
Prende-me assim,
Numa história cheia de sentir...
30.05.2012