sexta-feira, 11 de maio de 2012
Não regressar...
Tentei despir-me da minha pele,
Tentei ser outra,
A que mais te agradasse,
A que mais te preenchesse.
Tentei sentir-te ainda mais,
Compreender o teu intimo,
Perceber o que te movia,
O que te fazia querer dares-te,
Sem te invadir.
Tentei despir-me da ausencia
Da tua presenca,
Do teu caminhar noutra direccao,
Do teu incessante procurar.
Hoje, dispo-me deste sentir sem sentido,
Dispo-me de ti,
De forma definitiva,
Um adeus para sempre,
Um a ti nao regressar.
2012.05.07
Somos nada...
E de um momento para o outro somos nada... Um farrapo rasgado. Uma parte do que fomos e que jamais voltaremos a ser. Como se nos arrancassem a vida. Como se os os nossos olhos apesar de abertos deixassem de ver o concreto, as formas e os detalhes, como se passassem a ver apenas um rosto reconhecível ou não, uma flor numa jarra sem sequer saber a sua cor, o seu formato de pétalas.
Um viver sem viver, acompanhado apenas de sombras desprovidas de cor. Sombras que se movem demasiado rápido para as acompanharmos. Tudo porque desistimos. Sim, desistimos de viver apesar de vivermos e os dias, esses, passarem devagar e desejamos dormir, os olhos cansados descansar, na vã esperança de nunca acordar e de com este imenso e intenso sofrer acabar.
Mas o corpo vive, e resiste, e vai ganhando essa batalha em que a alma e o pensar ja desistiram de tentar derrotar. E o corpo obriga a ver e a pensar e a existir sem se saber.
2012.05.03
Um viver sem viver, acompanhado apenas de sombras desprovidas de cor. Sombras que se movem demasiado rápido para as acompanharmos. Tudo porque desistimos. Sim, desistimos de viver apesar de vivermos e os dias, esses, passarem devagar e desejamos dormir, os olhos cansados descansar, na vã esperança de nunca acordar e de com este imenso e intenso sofrer acabar.
Mas o corpo vive, e resiste, e vai ganhando essa batalha em que a alma e o pensar ja desistiram de tentar derrotar. E o corpo obriga a ver e a pensar e a existir sem se saber.
2012.05.03
A luz do dia
Aguardo a luz do dia,
É noite cerrada em mim,
Como do outro lado da janela,
Nestas horas de noite sem fim.
É um constante negrume
Um murmuro, um queixume,
Que me invade e atormenta,
Que me desilude e apoquenta,
Que nunca desaparece, se esfuma,
E antes se apodera, devagar,
Do que sou, do que tenho para dar,
Qual ladrão escondido na penumbra.
Aguardo a luz do dia,
Essa luz imensa que tens no olhar,
Dessa cor de céu e de mar,
Que tanto me fazem sonhar e desejar!
Aguardo ser tomada,
Invadida, beijada,
Pela luz que de ti emana,
Que tanto me alegra o sorriso,
Que tanta vida me dá à alma.
És o meu sol na janela,
Aquele porque anseio ao acordar,
Que com apenas o olhar
A minha pele (fria, inerte por culpa da noite gelada,)
Fazes aquecer e arrepiar,
A cada toque, obrigada a renascer.
Aguardo pelo dia
Em que a noite não regresse,
Em que apenas exista
A luz do teu dia!
É noite cerrada em mim,
Como do outro lado da janela,
Nestas horas de noite sem fim.
É um constante negrume
Um murmuro, um queixume,
Que me invade e atormenta,
Que me desilude e apoquenta,
Que nunca desaparece, se esfuma,
E antes se apodera, devagar,
Do que sou, do que tenho para dar,
Qual ladrão escondido na penumbra.
Aguardo a luz do dia,
Essa luz imensa que tens no olhar,
Dessa cor de céu e de mar,
Que tanto me fazem sonhar e desejar!
Aguardo ser tomada,
Invadida, beijada,
Pela luz que de ti emana,
Que tanto me alegra o sorriso,
Que tanta vida me dá à alma.
És o meu sol na janela,
Aquele porque anseio ao acordar,
Que com apenas o olhar
A minha pele (fria, inerte por culpa da noite gelada,)
Fazes aquecer e arrepiar,
A cada toque, obrigada a renascer.
Aguardo pelo dia
Em que a noite não regresse,
Em que apenas exista
A luz do teu dia!
2012.05.02
A respirar...
E queria apenas ficar assim, imóvel, sem ter de mover o corpo, apenas mantê-lo a respirar, o coração a bombear esse líquido vermelho que faz viver. Mas não queria sentir, apenas manter o corpo vivo. Mas sem pensar. Sem pensar no que sinto, nesta vontade de mudar, nesta sensação de vazio que de mim se está a apoderar. Queria ficar imóvel, a olhar as vidas dos outros a passar, um filme que apenas se vê e que de de vez em vez ficam guardados no baú das memórias em frames que não são nossos, portanto não sentimos tãao profundamente como os nossos. A vida deveria ser um filme, captada pelos nossos olhos e re-editada, fracção a fracção, apagando, arrancando tudo que não queremos sentir. E eu, eu deixaria de querer ficar imóvel, vendo a minha vida passar, apenas a respirar.
2012.04.30
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