Danço ao som do eterno tango
Que nos juntou,
Que nos fez unir,
Sentir,
Partilhar e desejar.
Quente, demente,
Intenso de fervor,
De corpos que se sabem de cor,
Sem nunca se terem tocado,
Sem nunca se terem abraçado,
Sentido,
Espremido ou provado.
Danço ao som do teu mar,
Em que o rio do meu corpo
Insiste em desaguar,
Em se perder e em ti se fundir,
Se misturar.
Continuo a dançar em sonhos
De suave e doce mar,
De gotas de sal na pele,
Que insistem em me temperar,
De todo o teu sabor.
Anseios, loucos devaneios
De em ti, a ti me entregar,
De pela tua boca me deixar beijar,
De pela tua língua quente e húmida
Novos trilhos na pele te deixar criar,
De por tuas mãos te aprender a tocar,
De por minhas mãos me saberes provocar,
De por nossos poros novos cheiros, juntos, possamos criar.
Quero-me em ti a dançar,
Corpo que me possui,
Que me alimenta,
Que me acalma o fogo de mil cores de âmbar.
Quero-te em mim a entrar,
Ventre vertendo de mim,
Néctar que queres saborear,
Que de mim vai escorrendo,
Culpa desse teu domar,
Desse teu tomar e agarrar
Que me enche de prazer.
Vem, sente-me, prova-me,
Faz-me deixar de sonhar e
Ao som deste tango,
Em ti dançar...
22/03/2012