quinta-feira, 1 de março de 2012

Silêncio nosso...

Os silêncios são sempre considerados como algo constrangedor, como falta de diálogo, falta de cumplicidade.
Mas eu falo de outros silêncios: os dos amantes, pois esses são outros.
Tão carregados de palavras e sons com significados imperceptíveis a qualquer outra pessoa que não quem entra nesse surdo e imenso diálogo.
Diálogos que falam de um mar de sensações, de sentimentos. Por vezes turbilhão de palavras de amor que rasam no sentir do corpo, da pele, dos lábios, por vezes calmaria suave de brisa de Verão no mais fundo da alma.
Os silêncios de quem ama são um mundo infinito de palavras não proferidas, mas ditas num olhar, num toque, num abraço.
E como falam os abraços dos amantes!
São fortes, intensos e de um constante Olá/Adeus. Um até logo que não se espera, que não se deseja, que não quer sentir e, muito menos, tornar real com o som dos nossos receios.
Mas não é dos silêncios dos abraços que quero falar. É do nosso silêncio.
Sim, esse. O que nos mergulha nesta incerteza de querer e não saber ou de saber e não querer, que nos invade no mais profundo âmago do nosso ser.
Silêncios de certas incertezas, de todas as afirmações proferidas em momentos em que o silêncio é a nossa pele molhada deixando transparecer, numa pauta mágica que só nós conseguimos ler, ouvir, sentir, todo o amor que nos faz aqui estar, juntos neste imenso e vasto amar de silêncios.
Esses que nos ficam gravados na ponta dos dedos, nos lábios sedentos, no corpo esfomeado e que vamos ouvindo nos dias em que os outros, os dos comuns mortais sentem, se apodera de nós.
E vamos revivendo, dia após dia, os silêncios da nossa entrega, até que de novo possamos fazer novos silêncios, silêncios de amantes.
E eu, eu quero me inundes desse teu (nosso) silêncio para sempre.
01/03/2012

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Grãos de areia...


Na ampulheta, o tempo nao para, os graos de areia caiem, escorrem por entre si e vao desaparecendo ate nada mais restar senao, aquele vazio imenso. Um vazio de ausencia.
E eu sinto-te escorrer-me das maos, por entre os dedos, como se desses finos graos de areia se tratrasse e que tento, a todo o custo, manter comigo.
Vejo-te cair de mim e criar uma nova montanha e sinto-me tentada a apanhar-te e a juntar-te de novo num punhado de duas maos, so meu. Mas ao mesmo tempo, o receio de perder um unico grao de areia nesse processo de recuperacao e mais doloroso que todos os que ja se escorreram de mim.
Entendes o que te digo? Consegues perceber que, os que ainda estao nas minhas maos, sao os que vais querendo manter comigo. E esses sao infinitamente mais importantes que os outros: nao posso perde-los!
Sim, eu sei que vai chegar o dia em que apenas alguns ficarao e que esses, esses serao apenas meras sombras de ti. Memorias impressas na palma da mao, como as linhas que alguns dizem decifrar.
Mas quem decifra o amor?
Mas quem sabe ler os contornos de uma paixao, de um amor para alem da compreensao?
Mas quem consegue contar os graos de areia na ampulheta e saber ao certo quanto tempo falta?
E de um momento para o outro, nao ha areia.
Tal como tu em mim...

28/02/2012

Despedidas...


E existem alturas na vida em que temos de dizer basta, chega. Em que as nossas forcas se esvaiem do corpo, fogem rapidas, velozes e, de um momento para o outro e hora de largar. Hora de deixar ir e de abandonar.
Deixar para tras o que nao nos deixa andar para a frente, o que nos impede de avancar, de evoluir.
Nao importa se ja fez bem, se ja nos completou o vazio, se ja foi tudo.
Que importa se agora e nada? Se agora nao ajuda, se agora so nos puxa para baixo, so nos prende ao chao? Que importa se agora, o que precisamos e de voar?
Se temos de sentir de novo o ar no rosto, o sol no corpo, se o corpo apenas pretende seguir a vontade! E como tenho vontade! Como preciso largar-te, soltar-me de ti, viver por mim!
O tempo ja passou, ja nao diz nada, ja nao ha momento ou historia que o possa recuperar. Passou entendes? Nao soubemos aproveitar. Nao soubemos ler os sinais. Talvez nem houvessem sinais, talvez so eu os sentisse. Mas hoje deixo-te livre. Livre de mim, do que possas ter significado para mim. Afinal, ja nada sei de ti, ja te escondes de mim, ja te fechas no teu mundo em que so alguns, os eleitos, tem acesso.
E eu, eu nao aguento ficar com palavras de compaixao, de mera resposta. Eu queria que me falasses, me contasses, te partilhasses.
Descansa, ja nao luto mais! Nao tenho forcas e as tuas, as tuas sao brutais.
Se nao me queres contar, que faco eu aqui, correndo, atras de ti?
Nao! Nao des desculpas! Nao precisas! A oportunidade passou, ja la vai. Nao importa de quem e a culpa.
Chegou a hora, eu nao aguento mais. Chegou a hora de te dizer adeus...

28/02/2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Hoje viajo ao som de...


You've touched these tired eyes of mine
And mapped my face line by line
And some how growing old feels fine
I listen close for I'm not smart
You wrap your thoughts and works of art
And there hanging on the walls of my heart.

I may not have the softest touch
I may not say the words as such
And though I may not look like much
I'm yours.

And though my edge is maybe rough
I never feel I'm quite enough
And it may not seem like very much
But I'm yours.

You healed these scars over time
And braced my soul, you loved my mind
Your the only angel in my life
The day the news came, my best friend died
My knees went weak, and you saw me cry
Say I'm still the soldier in your eyes.

I may not have the softest touch
I may not say the words as such
And though I may not look like much
I'm yours.

And though my edge is maybe rough
I never feel I'm quite enough
And it may not seem like very much
But I'm yours.

I may not have the softest touch
I may not say the words as such
And though I don't fit in that much
But I'm yours.