segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Sem destino...

Sigo sem destino,
Sem vontade de ficar,
Sem saber onde chegar.
Sigo sem destino,
O vento como companheiro,
O sentimento frio,
Sem cheiro a fogo quente,
Sem sabor, sem qualquer paladar.
Sou qual folha ao vento,
Desprendida do pensamento,
Sem saber do que posso esperar,
Sem querer, sequer sonhar.
Sou livre, sem vontade,
Sem querer, só liberdade,
De voar sem parar
E até onde, o meu vento amigo, me levar.
Não posso ser travada,
Não posso ser guardada,
Mantida dentro dos parâmetros desta vida carregada
De sentimentos batidos,
Iguais, nunca repartidos,
Impartilhados,
Sem sentidos, apenas vividos.
Livre de correr e voar,
De não sentir,
De não me prender,
De não querer assim
Viver,
Existir,
Morrer.
Sigo sem destino,
Até o vento me parar,
Até razão haver para ficar,
Até ao dia em que não queira,
De novo, voo levantar...

Musicado por: Jorge Alinho


13/02/2012

Regressou...

Aquela sensação regressou.
Apoderou-se de mim novamente.
Não sei como me libertar,
Como não a sentir,
Tão-pouco como aprender a vivê-la.
Regressou plena de força,
Incessante em mim,
Sem me dar espaço para sentir
Algo mais ou sequer pensar.
E tenho tanta necessidade de Poder sentir e reflectir.
Regressou tomando conta de mim,
Do meu ser,
Da minha alma.
Sinto-me impotente,
de mãos atadas,
Presas,
Sufocadas num movimento que se repete,
Que vezes sem fim se torna mecânico,
Que é sempre inútil,
Que não liberta nem ajuda,
Que me sangra o peito.
Regressou a impotência
De te salvar do mundo,
Do teu mundo fabricado,
Pensado e imaginado,
Sem futuro,
Sem sol e lua,
Sem esperança de brilhos de estrelas cintilantes,
Sem o vento quente no rosto,
Trazendo novas vontades.
Sinto-me incapacitada,
Estagnada, bloqueada,
Mas ainda assim, tento,
E peço-te,
Deixa-me ajudar-te...

13/02/2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ela...

Suave, leve, deslizante...
A sua presença,
A sua figura,
Tudo nela flutua,
Tudo nela se insinua.
Absorve-me o olhar,
Absorve-me o ser,
Deixa-me sem pensar,
Sem conseguir perceber.
Que poder tem Ela?
Que força me impele,
Que fascínio exerce,
O movimento daquele corpo,
Ondulante, sedutor,
Excitante.
Corpo de formas curvilineas,
Que me enchem os sonhos,
Que me aumentam a vontade,
Que no andar aumenta a intensidade,
A louca luxúria
De tocar, sentir, beijar...
Ter. Possuir. Sentir.
Amar. Dar e receber.
Que poder tem Ela,
Que me faz, desta forma descontrolar,
De apenas a saber aproximar.
Sentir seus lábios doces,
Suaves nos meus,
Tocar-lhe os seios,
Uni-los aos meus num abraço de toques subtis,
Ler-me o desejo e sem pedir,
Passear seus dedos em minhas formas,
Meus recantos por ela descobertos,
E numa fracção de segundo,
Sua língua quente, molhada,
Roçando,
Brincando e entrando em mim,
Fazendo-me entregar,
Soltar, dar e estremecer
De louco e intenso prazer...
Misturar o meu sabor na sua boca,
Senti-la sorver-me por completo,
Nos seus olhos o gozo de me ter,
De lhe pertencer,
De nunca lhe resistir...

07/02/2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Quase submersa...

Respiro quase submersa,
Numa imensidão de água,
Morna, suave e doce.
Inunda-me o corpo,
Cobre-me,
Longa, profunda, quase sem fundo.
Entranha-se na alma,
Enche-me desse líquido,
Que me faz falta,
Que me deixa envolta,
Num mundo de sonho,
Num mundo sem mal,
Num mundo que não se vê,
Que apenas se sente,
De olhos fechados,
E apenas com o coração.
Vontade de não voltar,
De neste imenso mundo ficar,
Entregar o corpo,
Perder a alma
Que tanto reclama
Por não sentir,
Por apenas se encher,
Desta água que tanto me quer,
Que me chama,
A toda a hora, a todo o momento.
Sussurro imenso,
Intenso encantamento,
De me deixar levar,
Sem pensar,
Sem lutar...
Respiro quase submersa,
Sem medo do futuro,
Sem receio da vida,
Do que pode vir, ser, acontecer.
Respiro desse ar que me completa,
Que me impede de afundar,
Que me faz levitar
E não me deixa largar,
De ti,
Do teu amor,
Da tua entrega,
Da tua força,
Presa em minhas mãos.
Quase submersa,
A querer acreditar que nunca,
Nunca me vais soltar...