domingo, 14 de agosto de 2011

Receber-me

Quero jogar. Quero perder. Quero ser.
Sei que és a minha perdição.
Sei que me vou perder. Em ti. Por ti.
Quero que venhas receber o prémio.
Quero que venhas tomar o que é teu.
Quero que venhas apanhar-me do chão.
Quero que me arrebatas.
Quero perder-me de vez.
Quiero desprender-me de vez.
Quero receber-te de vez...
Quero dar-me. Entregar-me,
Louca e desmesuradamente.
Não vale a pena jogar:
Sou tua. Vem receber-me....


08/08/2011

Quem sou

Quem sou? Que fizeste em mim? Que és em mim?
Sou uma parte de ti. E tu? És uma parte de mim?
Entraste tanto em mim que fazes parte de mim?
Do meu ser? Do meu Eu?
Quem sou afinal? Para ti e para mim?
Quem entrou e quem não ficou?
Quem decidiu que era assim?
Porque não entraste em mim?
Queria dar-te o meu Eu,
Para que o enchesses com o teu.
Mas não encheste...
E o vazio aumentou. O desalento regressou...
Quem sou agora que preencho o teu?
Quem sou agora que não tenho nem o teu?
Vazia sem o teu e sem o meu eu...
Quem sou?


08/08/2011

Imerso em luz...


Chegaste imerso em luz e vida, cheio de sonhos e alegria...
Que é feito de ti? Que te aconteceu?
Porque se apagou a luz do teu olhar? Que te entristece desta forma que te deixa sem vontade?
Que vais fazer para mudar? Que tens de ter para brilhar?
Vê-te! Olha-te! E sente-te!
És tu porventura aí? És tu que ainda vives?
Há um fundo de ti aí?
Há vontade de renascer? De viver e brilhar?
Há um querer a voltar ser o que foste e navegar?
Chega. Volta. Imerso em luz e vida!!!
Que a tua alma está rendida ao desespero e à morte...
Que tens dentro de ti? Que é feito desse ser?
Foi isso que perdeste em mim:
O teu ser de vida e sonhos e alegria.
Volta porque te quero re-amar,
Reviver e conquistar de novo o dia em que chegaste.
Imerso em luz e vida...

08/08/2011

Falso poder...

Lembras-te quando me dizias que era diferente e te dizia que me fazias sentir especial?
Que me dizias que depois de mim, nenhuma outra. "Ficaram todas para trás... Nenhuma me diz seja o que for!".
Eu era especial. E que os teus dias eram parte dos meus. Que era um espelho teu. Que eras gémeo da minha alma...
Que poder me deste. Que sempre questionei porque nunca acreditei. Não em ti, mas que eu fosse especial.
Sabes? Acho que foi por isso que terminou: nunca acreditei que fosse especial. Que eu fosse.
Era apenas mais uma mulher, banal, circunstâncial e casual. Estava ali, suspensa, á espera de ser especial e não acreditar que era. Porque sou apenas mais uma Mulher.
E tu, a insistir em dar-me o poder de ser a única. A eleita da tua vida. O espelho de ti.
Que falso poder me davas... Que dizias ser verdadeiro, que dizias ser único e que provarias, com o tempo.
Que falso poder me deste, que em nada se tornou. Não porque não quiseste... Apenas porque não se comprovou...
Falso poder que me incutiste! Falso poder que me permitiste!
Falso poder me deste...

08/08/2011