terça-feira, 27 de março de 2012

Inevitável



E o dia em que deixarei de te procurar chegará. É inevitável.
À medida que os dias vão passando, que as horas se vão tornando menos longas e os minutos já me deixam respirar, vais desaparecendo em mim.
Não falo de troca, não há trocas.
A vida não é um jogo em que se possam fazer substituições! Pelo menos no coração. Quando muito, e talvez na maioria das vezes, fazemos compensações. Sim, compensamos frustrações, desilusões, emoções por outras sensações que nos aumentem o bem-estar, a auto-estima, o ego. Ou então recorremos a subterfugios psico-trópicos que nos iludem a mente e nos invadem de sensações forçadas, apenas reacções químicas que nos fabricam sorrisos e abrandam os receios.
Mas não é disso que falo. E da tua intensidade em mim, da tua presença no meu sentir, da força imensa das tuas palavras na minha mente.
Quando te afastas, de cada vez que te afastas, aumentas o tempo do silêncio. E é nesse tempo, sem o sussurro do murmurar do teu me dar, que me vou habituando a sem ti estar.
E quando voltas, de cada vez que voltas com o sorriso nas palavras, na voz, reabres em mim um novo mundo de esperança e ilusões. Mas mais contido, à espera da próxima partida, à espera de um novo zarpar em mares que te são apetecíveis. Mais apetecíveis e que acabam por não te completar, por não te preencher, por te fazerem sofrer.
E nas tuas ausências procuro-te. Procuro sinais de ti, do teu passar por mim, dos beijos e abraços que não trocamos, dos olhares e toques de mão que não sentimos.
E cada vez menos te procuro. Cada vez menos te sinto a falta.
Sabes, somos de hábitos, de vícios. E eu viciei-me em ti. E eu habituo-me a viver, nesta ressaca de ausência tua, nesta abstinência forçada de não tomar de ti. E um dia ja não me farás falta, já estarei de ti curada...
E o dia em que deixarei de te procurar chegará. É inevitável.

27/03/2012

3 comentários:

  1. Há momentos que paramos e sentimos com facadas em nós, como se fossem não pelas costas, mas sim no peito, onde vemos quem as faz, como as faz e nada conseguimos fazer para não levarmos a próxima facada! O medo e o porquê, em pouco tempo ganham resposta e entendemos que fomos nós que colocamos a faca na mão de quem nos fere... Sabemos exactamente o porque de o fazer e a raiva momentanea com que o faz. Nesse momento, nesse preciso momento, a dor da lamina que trespassa o nosso corpo passa a lágrimas que caiem pelo rosto... e a dor aumenta de tal forma, que uma mera faca que nos perfura, nos trespassa e esventra, não passa de nada, nada comparado com a real dor de sentir as lágrimas a cair. O vazio interior domina-nos, e a dor, aumenta ainda mais... seca-nos a mente, seca-nos a boca e nem uma palavra sai... Lamentando a sua razão, nada, mesmo mais nada sai... Apenas desculpa, desculpa, desculpa...
    O erro infantil de não valorizar quem nos ama, com a certeza de que nos amará para sempre, eternamente, faz por vezes esquecer que é preciso alimentar esse amor! É preciso ser tão carinhoso como se foi da primeira vez, tão doce, tão cuidadoso... é preciso recordar esse tempo, e tentar acender essa chama, que muito magoada, ainda pode acender.
    Desculpa-me, perdoa-me... não voltará a acontecer, são as únicas palavras que se sabe dizer, e são verdadeiras, pois o medo de perder, o medo que um dia esquecer de se lembrar, e tão grande!
    Deixa-me provar que o teu "inevitável" posso evitar!

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  2. tu és bonita, mas eu nunca te consigo convencer disso...porque tu não acreditas, mas devias...devias ser feliz...com quem amas...falei com esse teu amor, ele nunca te trairia e até te deixaria espiar a vida dele...como quem não tem nada a esconder para ti.

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  3. conquista-o de verdade, confia nele contigo...ele continua a deixar-te espiar, ele n vai esconder nada de ti, tenta ser feliz, é melhor que ser infeliz, como és, sem ele.

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