quinta-feira, 15 de março de 2012

O dia chegou...


E quando chega o dia? Como se reage, o que se diz, o que nao se diz, o que se acaba por dizer e nao deveria ser dito?
Como e quando chega o dia? Sem aviso, numa decisao que ja vinha tomada? Ou e naquela fraccao de segundo em que, na nossa mente, se acabam os sonhos?
E que acontece ao cheiro do mar?
Transforma-se em agua pestilenta e nauseabunda? Fica mar, estagnado de agua que apenas sabe a mar, sem vida, ali parada, nas memorias do que outrora foi o sonho de uma vida?
E o sabor das salivas unidas em longos e apaixonados beijos? Ficarao para sempre gravados nos agora ressequidos labios por ausencia de molhadas linguas de beijos?
E o sol? E o sal na pele que trazem o paladar de terras quentes e de aguas e gotas de chuva mornas?
Que sera da vida de quem ama quando chegar essee dia?
O dia, para mim, chegou hoje.
Calado, mudo, carregado de palavras inaudiveis, invisiveis, impalpaveis, mas sentidas na alma.
Palavras que nao dizem adeus, nem ate sempre, nem foi bom ou foi mau... Palavras inexistentes no dia que hoje chegou.
E amanha? Paraste para pensar no amanha? No meu, no teu, no nosso amanha?
Acordarei com sol na janela e serei cega para o ver?
Acordarei com laranjeiras em flor, com o odor do mar numa brisa gelada de manha de Primavera e o seu cheiro nao me vai invadir o corpo?
Acordarei ouvindo, sentindo, tendo paladar e gosto, cheiro e tacto?
Acordarei sequer deste torpor que o dia de hoje veio impor...

14/03/2012

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