terça-feira, 9 de agosto de 2011

Teia

Acredito que somos capazes de mudar alguma coisa. Sempre, todos os dias, a todos que se cruzam connosco, em nós. Sim! Eu cruzo-me muito com muitas pessoas e em muitas pessoas.
Imagina uma teia de aranha, construida de raíz. Cada dia uma volta, cada volta uma pessoa, cada pessoa um ensinamento, cada ensinamento uma vida... E a nossa teia vai roçando a teia de outros, cada um na sua, mas que se tocam em finos fios de teia entrelaçados...
E gosto de entrelaçar a minha teia na teia dos outros. E assim, fazermos uma gigante teia universal... E passear por elas, devagar como as gotas do orvalho na manhã ou estonteante e arrebatadora como a chuva grossa de Inverno.
Sim. A minha vida é uma teia. Em algumas teias entrelacei-me suave e cautelosamente e fui juntando os fios e ainda hoje, estamos entrelaçados. Noutras entrelacei-mei de forma repentina e sem cuidados e hoje, já não tenho esses fios. Perderam-se, quebraram-se por outras teias ou porque a minha teia seguiu outro caminho, outros fios de outras teias e não me acompanharam. Ou vice-versa...
E há teias que nos derrubam, que se cruzam em nós e nos deixam devastados. A ter de reiniciar. Mas nunca do zero. Nunca ninguém destrói a nossa teia por inteiro!
E temos as teias que nos rodeiam, que nos fazem companhia no caminho, entrelaçadas em nós até ao fim. Pelo menos até ao acabar do que quer que nos faça unir as teias: uma garrafa de vinho, uma comédia no cinema, um ano escolar, um casamento, uma amizade, um poema, um perfil virtual... Não importa o tempo que dura. Dura apenas o que tem de durar...
Sim, a minha vida é uma teia, que construo todos os dias, com todos que me possam ensinar. E ainda há tanto a aprender! E tanto a ensinar e a partilhar e a rever e recordar...
A minha teia? A minha teia está muito longe de onde quero chegar!

21/07/2011

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