sábado, 6 de agosto de 2011

O que fazes aqui?



É sempre tão duro quando nos perguntam: o que fazes aqui? Que procuras? Que pretendes?
Escondemo-nos num perfil onde pensamos que estas perguntas jamais acontecerão. Ou, mesmo que aconteçam, mesmo que surjam na nossa vida virtual, consideramos sempre que é fácil contornar ou evitar responder. Mas não é.
Não é fácil fugir às próprias perguntas. Por muito que respondamos de forma evasiva ou não, ficam.
Ficam na nossa memória como aquela gota de água que por si só é totalmente inofensiva. Mas que caindo ontem, hoje e amanhã, nos incomoda. Nos faz parar e pensar.
Pensar nesse vazio, que aparentemente não temos na nossa vida. Sim. Todos temos uma vida preenchida, com alguém que nos ama, que nos deseja, todos somos felizes. Ora, os que são. Mas, mesmo esses, estão aqui por um motivo.
Curiosidade? Sedução? Liberdade? Fuga? Encontro? Amizade? Companhia? Atenção?
Não importa... Há um vazio. Uma lacuna. Um "falta-me algo".
Mas tão importante que nos faz vir aqui e tentar encontrar... Ou deixarmo-nos encontrar... Ou encontrarmo-nos a nós próprios...
E se encontramos? E se nos encontram? E se nos deixamos encontrar?
Teremos capacidade, ou melhor, coragem para assumir que esse vazio foi preenchido? Ou, mais difícil ainda: coragem para assumir que na nossa vida existia um vazio?
E cortar com todas as amarras e preconceitos e laços e relações e vidinha vazia que temos?
E cortando, não passará esta a ser a nossa vida e em algum espaço de tempo ou de vida, passar a sentir o vazio novamente?
Não seremos nós, afinal um poço vazio, preenchido de tempos a tempos com o que consideramos que andamos à procura?
O que fazes aqui? O que procuras? O que pretendes?
É tão duro quando nos confrontam...

29/06/2011

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