segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Toma-me



Toma-me.
Pela mão e mostra-me o Mundo,
As cores das flores mais exóticas
E os perfumes mais intensos.
Nos teus braços sentir
A certeza de um querer
Que ultrapassa o físico
E chega a tocar a alma.
Deixa-me viajar nas palavras
De histórias que invadem o imaginário
E fazem sonhar.
Viver uma entrega completa,
Única,
Inigualável,
Incompreensível aos olhos de qualquer mortal.
Toma-me.
No teu corpo que me ama,
Me inunda de ti e do que és,
Do teu ser que me completa
E me deixa a certeza plena
Que te pertenço,
Que sou apenas tua.







04.Jan.2016

Definhar

Definhar.
Palavra estranha,
Que na pele se entranha
E dela não sai,
Criando marcas profundas
De um tempo que passa
Numa vida aparente.

Deixar-se absorver pela inércia,
Em que o pensar e o efectivar
São assíncronos.
Querer e não conseguir.
Perder a vontade de avançar,
De recuar,
Apenas deixar-se estar
Quieta,
Imóvel,
Submisso a um esvair
Da vida.
Presa numa rede invisível
Que impede
O grito de sair da garganta,
O sangue de correr nas veias,
O sorriso de se libertar por entre os lábios,
As lágrimas de escorrer pela face
E, assim, morrer lenta e dolorosamente.
Desiludida com os dias que passam,
Incapaz de alterar esse invadir
Das marés de um mar revolto
Pelas águas de um calmo rio adentro.
E receber sem contestar,
Resignar-se a este simples e mero respirar
E (sobre)viver.


04.Jan.2016