sábado, 2 de janeiro de 2016

Arrebata-me...




Arrebata-me.
Fala-me do que desejas, anseias e faz-me sonhar.
Deixa-me na tua musa, na tua deusa me tornar.
Toca o meu corpo e faz-me estremecer.
Beija-me a boca e faz-me desejar.
Lambe-me a pele e faz-me (por ti) desesperar.
Toma-me o sexo, fode-me ou ama-me mas faz-me vibrar e de prazer gozar.
Olha-me nos olhos como se o mundo fosse acabar e volta-me a tomar, a em mim entrar e de novo a ti me entregar.


02.Jan.2016

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Primeiro dia do Ano




Primeiro dia do ano.
Dia de balanço do que ficou para trás.
E é tanto o que fica para trás... Mais do que anos, meses e dias ficam vivências. Ficam experiências que nos fazem ser o que hoje somos.
Ficam sonhos perdidos pela inércia ou pela desilusão.
Ficam vitórias alcançadas pelo esforço e, às vezes, exaustão.
Ficam perdas, muitas perdas de pessoas, familiares, amigos ou não. Muitas perdas de esperanças que, a dada altura, soam vãs.
E há perdas que se transformam em melhorias.
Saber desprender de pessoas, situações e coisas também é melhorar muitas das vezes.
E ficam ganhos, tantos mas tantos ganhos. Os que são nossos pelo trabalho. Os que são nossos pela compreensão, pelo altruísmo, pela amizade, pelo carinho, pelas experiências que quem connosco lida nos faz crescer, evoluir e melhorar.
Não há vidas fáceis.
Não há anos perfeitos.
Da mesma forma que não há dor sem lágrimas nem felicidade sem sorrisos. Como não há ódio sem amor ou entrega sem receber.
E todos os dias vivemos nessa imensidade de sentir. E todos os dias sentimos diferente. Porque a cada dia lidamos com a mesma situação de forma diferente. Porque nos tornamos mais conscientes, experientes e sem dúvida melhores. Independentemente do que sofremos, do que choramos e muito com o que aprendemos, sorrimos e amamos!
E somos humanos, falhos mas crentes. Em nós e nos outros. No que somos e no que nos tornamos.

Primeiro dia do ano. Dia de renovar esperanças, sonhos, metas e mudanças. Dia de voltar a voar sem medo de os pés na terra colocar.


01.Jan.2016

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Hoje é dia




Sabes que dia é hoje?
É dia de aguardar,
Ansiosa,
Pela tua chegada.

Desnudar a pele,
Delicada,
De toda e qualquer roupa.

Antecipar o aroma,
Inebriante,
Do teu perfume.

Sentir os arrepios,
Estremecendo,
O corpo por inteiro.

A vontade de te beijar,
Crescendo,
O desejo de te tocar,
Aumentando,
A excitação de te sentir,
Humedecendo (me).

Hoje é dia de esperar,
Pronta,
Para te receber
E em ti,
Por ti,
Me entregar,
Louca,
Insana,
Ao teu (belo) prazer.







16.Dez.2015

Felicidade





Há lágrimas nos seus olhos. Escorrem pela face como as gotas de chuva, do lado de fora, no vidro das janelas.
Ainda é Outono, mas dentro dela já chegou o Inverno. As noites escuras e soturnas, molhadas e vazias de calor humano, em tudo se assemelham ao que lhe vai na alma: tudo é triste e o desalento comanda.
Não há medo dentro dela. Não há medo de enfrentar o dia sem saber o que a espera: sabe-se forte e capaz de ultrapassar os obstáculos que se lhe depararem.
Não, não é medo.
Nem é solidão. Não, solidão não é pois tem o seu coração cheio de quem (a) ama.
Saudades, talvez. De ser de novo inocente e acreditar que só há bem dentro da gente.
Desilusão, também. Não com os outros, que esses são fáceis de perdoar: ninguém é perfeito e todos são mutáveis, passíveis de aprendizagem. E ela perdoa, desculpa com toda a sua condescendência, como quem está um degrau acima na compreensão da ignorância alheia.
Excepto no que a ela respeita.
Sabe que dá demais, que se dedica demais, que sente demais, que se preocupa demais. Que ama demais. Os outros e a ela de menos.
Desilusão por não ser perfeita. Perfeita mulher, perfeita dona de casa, perfeita amante, perfeita companhia e companheira.
Desilusão por errar. Por não saber tudo sobre tudo e todos. Por não acertar nas melhores escolhas quando tudo é incerto e não depende só dela.
Desilusão por não ser mais egoísta. Por acabar por colocar os outros primeiro. Por acabar por se colocar perante os outros depois. Por sempre compreender as acções dos outros, por muito injustas que sejam. E não é assim que se ajuda. Não é deixando que as vontades dos outros prevaleçam sobre as suas.
Desilusão por pensar menos com a mente e demais com o coração.
E chora por não saber ser de outra forma. Por não saber melhorar os outros por não ser determinada.

Porque a vida é resultado das suas acções e só ela é responsável por elas.
E pelas mudanças difíceis de assumir, mas imprescindíveis à sua (tentativa de) felicidade.










16.Dez.2015