sexta-feira, 4 de setembro de 2015

E é na ponta dos pés que a vida se faz...



E é na ponta dos pés que a vida se faz...

Sabe que a sua vida está,
Fatalmente,
Na ponta dos pés. ...
No avançar segura e certa
Das decisões que toma,
Do caminho que sabe ter de seguir.
No parar e deixar-se estar
No lugar (não muito) seguro
Que o receio do futuro
Insiste em atravessar à sua frente.
Na ponta dos pés,
Que teimam em
Segurar-lhe o corpo
Sedento de aventura,
Aguentar-lhe o peso da
Ansiedade por descobertas
Que a levem mais além
Do que é,
Que a farão muito maior
Do que alguma vez foi.
Na ponta dos pés
Que avançam ao ritmo
Das (in)certezas
Do que é o fazer da vida.

28.Agosto.2015

Ignorar

 
 
Ignorar,
Ela tem apenas que ignorar.
Tudo o que lhe faz mal,
Todos os que lhe fazem menos bem.
Seguir a vida sem parar...
A pensar se será normal
Viver com tudo o que a vida tem.
E a vida, essa,
Passa demasiado depressa,
Para se preocupar
Com o que pensa o mundo
Da sua forma de estar
Nos dias que correm
E nas horas que passam.
Que lhe importa o que pensam?
Que diferença lhe faz a opinião de gente
Que passa, na maior parte das vezes,
Indiferente
Ao sentir que lhe vai na alma?
Que importância têm os olhares,
De soslaio,
De pessoas que não conhece?
Que lhe importa se o corpo,
Cansado e gasto, já não obedece,
Já não responde com a mesma rapidez,
Embora no íntimo do seu ser,
Continua a viver e a aprender com a mesma avidez?
O que ela quer,
Mesmo que com o rosto marcado
Por lágrimas escorridas,
Sorrisos ao vento atirados,
Beijos tocados mesmo que (não) apaixonados,
É viver de cabeça erguida,
É olhar em frente
E seguir o dia-a-dia,
Com a clareza de que não é perfeita,
E a certeza que a alma dormirá tranquila.
 
 
 
27.Agosto.2015