segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Devagar




Devagar,
Mostra-me as cores do céu
E o brilho das estrelas,
A cada hora do dia
Para que possa guardar...
Nas memórias da vida.

Devagar,
Ensina-me a distinguir sabores
De frutas doces e amargas,
Coloridas ou cansadas
Como os altos e baixos da vida.

Devagar,
Toca-me docemente como a brisa quente de Verão
Ou como o teu beijo de paixão,
Toca-me tão forte quanto a chuva de Inverno
Ou como lágrimas salgadas escorrendo no rosto.

Devagar,
Que a vida é feita de momentos
E eu quero guardá-los,
Dentro do peito,
Na pele gravados,
Como nossos recordá-los.

Devagar,
Amor,
Leva-me a sonhar e a (te) viver.
 
 
15.Dez.2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Não fazes ideia




Há dias em que me apetece mandar tudo dar uma volta. Desaparecer com tudo e todos.
Principalmente todos.
Principalmente a ti . Mas assim, de boca cheia e sem vontade de olhar para trás.
Principalmente porque te amo mais que a mim.
Porque estou rendida e não gosto de me sentir assim, dependente, como se não falando contigo, o ar me faltasse e eu, este corpo, não respirasse.

Não imaginas. Não sentes. Não fazes ideia.

Odeio estas horas em que estamos separados, verdadeiramente separados. Verdadeiramente afastados de alma e mente. Verdadeiramente des-sintonizados como se fossemos uma estação de rádio a tocar músicas diferentes. Opostas.
Odeio esta falta imensa que me fazes quando não estás comigo.
Odeio este não estar e este viver suspenso a que me devotas.

Não imaginas. Não sentes. Não fazes ideia.

Preciso-te demais.
Quero-te demais.
Amo-te demais.
És tudo para mim. De uma forma que nem eu entendo.

Que nunca imaginei. Que nunca senti. Que nunca fiz ideia.

Há dias em que me apetece mandar-te embora. Sofrer de uma vez.
Esperar que não regresses nunca mais e eu possa viver sem este sufoco no peito.
Esperar que morra de vez e não renasça a cada olhar teu.
A cada beijo teu. Em mim.
Há dias, aqueles em que não estás comigo, que me apetece morrer.
E morro por culpa minha.
E morro por insegurança.
E morro por te sentir demasiado a falta.

Não imaginas. Não sentes. Não fazes ideia.
 
 
02.Dez.2014