sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ténue



Ténue o toque
De um sol suave
De Inverno
Que me toca a pele,
Doce,
Ao ritmo de um respirar
Lento,
Que saboreia o passar
Dos segundos de forma
Intensa.

Ténue o som
Da vida no passar
Dos teus dedos
Que me acariciam
O corpo
Despido,
Deitado no leito
Em que nos amamos,
Em que nos pertencemos.
 
Ténue o sabor
Do teu corpo
Suado de me amar,
De me fazer mulher,
De me deixar
Louca
De tanto e insano
Prazer
Que me ofereces,
Quando frenético,
Me penetras,
Me preenches por dentro.

Ténue o bater
Do coração,
Meu e teu unidos,
Compassados,
Num absorver
Desta tão grande,
Imensuravel emoção,
De tamanha adoração,
De tão forte sentir
Que me acalma a alma,
Me desassossega a pele,
Me entorpece o pensar,
Me desperta os sentidos.

Ténue cada palavra
Sussurrada ao ouvido,
Cada lembrança
Gravada na memória,
Cada promessa
Dita olhos nos olhos,
Lábios nos lábios
Num beijo selada
Com a certeza de um amar
Que não vai,
Nunca,
Acabar.

Ténue
Porque te desejo
A cada dia,
Porque te amo
A cada hora,
Porque me entrego,
De corpo e alma,
A cada minuto,
Cada vez mais
Sem medo,
Sem medida!
 
6.Dez.13

Receio

 

Amanhece
Sem que a lua se debata,
Lute,
Pelo seu reino,
Frio, de prata.

Amanhece,
Nasce um novo dia
Próspero em alegrias
Feitas de sorrisos de crianças,
Feitas de amores que se encontram,
De gente que se cruza
Pelos caminhos deste viver.

Amanhece
E a esperança renasce
Para os amantes que, às escondidas,
Sob o fogo da paixão,
Dão asas ao desejo,
Ao prazer da carne,
E ao fervilhar de emoções
Que os invade sem culpas,
Onde o arrependimento não tem lugar,
Onde se criam recordações.
E enquanto o dia nasce,
eu morro por dentro.
Morro, definha-me o coração,
Quando não estás perto,
Quando não respiro o teu odor,
Quando a cama,
Vazia e fria,
Só partilha a tua ausência,
A falta do teu calor.
E cá dentro morro,
Sob a égide de um torpor,
De um receio de te perder,
De uma saudade do teu sorrir,
Do teu falar e do teu ser...
 
30.Nov.13