segunda-feira, 15 de julho de 2013

Espero-te


Espero-te.
Sem que te anuncies
Por palavras ou gestos
Espero-te,
Aqui no desassossego
De um leito feito nosso,
Ansiando que o teu cheiro
Me invada os sentidos
Espero-te,
Com a relutância à porta
Incapaz de se impor,
Com a firme certeza que te quero pertencer
Espero-te,
Num corpo que se prepara
Para sem freios ou medos
Te fazer perceber
Que apenas quero,
Louca e intensamente,
Voraz ou docemente,
Dentro de mim
Te receber.
 
11.Jul.13

Quando?

Quando me dirás que o fim chegou?
Quando deixarás de me manter nesta expectativa de que é possível, de que ainda há uma réstia de esperança que cresce e abunda dentro deste peito que te vive a cada minuto?
Quando chegará a hora de um adeus há muito anunciado, há tantos dias fomentado pelo silêncio de quem (não) se quer despedir e quebrar esse cordão que nos une de forma indelével e no entanto tão facilmente quebrável?
É o quê? Falta de amor? Deixaste de amar-me? Deixaste de me sonhar os beijos trocados ao sabor de uma noite quente de Inverno? Deixaste de me desejar o sorriso ao acordar após uma noite em que o amor transbordou para lá do que é corpo?
Quando deixarei de olhar o teu lado da cama cheio da tua ausência, carregado da ilusão de voltar a sentir-te o respirar doce do teu sono?
Quando serei capaz de olhar no espelho e enfrentar(me) o facto de que nos perdemos neste imenso silêncio que é mais que um adeus?
Um dia, teremos de o fazer e eu sei que morrerei ainda mais do que morro agora, a cada minuto desta vã inglória espera...

8.Jul.13