sábado, 3 de novembro de 2012

As horas


As horas são momentos contados no tempo dos minutos que não passam.
São instantâneos de enormes passagens que nos gravam o tempo de forma irredutível no pensamento que não se perde.
São as memórias dos dias que ficam sem recordações que nos relembrem como somos.
Do que somos feitos.
Do que nos torna "nós".
Mais rápidos ou lentos na aprendizagem de formas de viver perante o que de nós esperam.
E esperam sempre demasiadamente tanto que nos sentimos perdidos entre as exigências que nos assolam as atitudes.
E essas são as horas que nos pesam na memória do que não guardamos.
É um hábito que nos vestem sobre a alma e a consciência que nos ilude sob a forma de papel que (jamais) é principal.
E as horas passam sem que os minutos cumpram com o seu tempo de nos marcar. De os sentirmos a passar. De nos fazer valer a pena recordar.
02/11/2012

O toque das tuas mãos...

O toque das tuas mãos
Quando por mim desliza
É pele que se arrepia,
É corpo que se contorce,
É vontade que se cria.
O toque das tuas mãos
É desejo que em mim cresce,
É o ser tua que só me apetece,
É o pecado que se acentua,
Numa entrega que não se limita.
O toque das tuas mãos
É o exaltar do meu querer,
É a força do teu ser,
É o teu corpo que me quer prender
Em doces teias de enredadas sensações.
O toque das tuas mãos
São dedos hábeis,
Conhecedores dos meus caminhos,
Que descobres entre os rios
De suor e sal que em nós crias,
Quando me tomas,
Me enches
E me esvazias
Em jorros de imenso,
Insano,
Intenso prazer.
O toque das tuas mãos
É onde me perco de mim
E me encontro num corpo
Tomado em completo frenezim...

02/11/2012