terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tempo perdido...

Um abraço. Dado. Recebido.
Permitido. Desejado. A dois concebido.
Único. Sentido. Preenchido.
No peito embrulhado. Abafado. Escondido.
No tempo guardado. Recordado.
Pausado. Parado. Retido.
Agora incompleto. Imperfeito.
Rasgado. Quebrado.
Morto. Desfeito.
Memórias de um tempo.
Tempo perdido...

31/01/2012

Coração nas mãos...


Há pessoas que nos deixam de coração nas mãos. O nosso e o delas...
Assim, largado, sem medo de o perder.
Deixam-no apertado, a sufocar, como se sem ar e ali, preso nas nossas mãos, a lutar...
À espera que sejam salvos de uma dor imensa, intensa que não tem explicação. Que nem se consegue explicar por palavras proferidas, ouvidas ou lidas nos olhos, nas linhas do rosto, na boca que não se abre, que as palavras engole.
À espera de que, assim, largados nas nossas mãos, o possamos entender por elas. Como se assim, sentíssemos por elas.
Como se fosse possível viver os sentidos dos outros, ou então, curá-los. E como se cura um coração?
E assim, ficamos de coração nas mãos. O nosso e o delas...

31/01/2012

Hoje viajo ao som de...



Sábado à noite não sou tão só
Somente só
A sós contigo assim
E sei dos teus erros
Os meus e os teus
Os teus e os meus amores que não conheci

Parasse a vida
Um passo atrás
Quis-me capaz
Dos erros renascer em ti

E se inventado, o teu sorriso for
Fui inventor
Criei o paraíso assim

Algo me diz que há mais amor aqui
Lá fora só menti
Eu já fui de cool por aí
Somente só, só minto só
Hei-de te amar, ou então hei-de chorar por ti
Mesmo assim, quero ver te sorrir...
E se perder vou tentar esquecer-me de vez, conto até três
Se quiser ser feliz...

Se há tulipas
No teu jardim
Serei o chão e a água que da chuva cai
Para te fazer crescer em flor, tão viva a cor
Meu amor eu sou tudo aqui...

Sábado à noite não sou tão só
Somente só
A sós contigo assim
Não sou tão só, somente só...


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sentir-te...

Sentir-te.
Sempre intenso,
Louco de força,
De vontade,
De querer.
Sentir-te,
Em ti me tomares
O corpo, a alma, a pele...
Pele que incendeia
De desejo,
De ser tua por inteiro,
De em ti me perder
De devaneio.
Sentir-te,
Inteiro envolvendo meu corpo,
Tomando meu cheiro,
Meu sabor degustando,
Lento, prolongando o momento.
Ai, tormento de que me alimento,
Vício que me desgasta,
Que me enfraquece,
E deixa sem força.
Sentir-te de novo
Sem medo do tempo,
Saboreando e passando
Mão, lingua e dedo...
Sentir-te assim,
Dentro,
Fazendo de mim teu maior desejo,
Fazendo de mim teu mais querer,
E quase,
Quase morrendo,
Suspirando, quase gritando,
Entregar-me,
E quase desfalecer,
De tanto, imenso e intenso
Prazer...

27/01/2012