Não há certezas, apenas dúvidas e a cada decisão um novo final e um novo recomeço.
A vida é como um livro: está à frente dos nossos olhos e, tal como as capas dos livros, seduz-nos com as suas cores vibrantemente brilhantes. E nós avançamos, virando esquinas, seguindo caminhos, com a mesma voracidade com que desfolhamos as páginas, uma a uma, de um livro: ora rapidamente com ansiedade de descobrir o final, ora demoradamente com receio do desfecho.
Como nos livros, apenas da nossa vida ficam gravados os momentos mais intensos, as histórias mais hilariantes, as dores mais lancinantes, descritas como memórias vívidas de um tempo que parece nunca ter avançado, de tão presentes que estão.
Como nos livros, há pessoas a quem agradecemos a constante presença e apoio, há as pessoas que amamos e sem as quais não teríamos histórias, há as pessoas que nos marcam, o corpo ou a alma, e sem as quais não crescíamos, não aprendíamos.
A vida é como um livro, ora feliz, ora triste; ora luminoso e agradável, ora cinzento e desconfortável. Vivências intercaladas por narrativas monótonas ou expressivas que culminam num clímax de sentimentos e resoluções.
E quantas vezes, como quando se escreve um livro, é necessário recomeçar para não repetir os mesmos finais, para não reviver os mesmos sentires, mas porque há que continuar: deixar de viver nunca é opção. Tal como deixar de escrever não constrói um livro. E um livro, tal como a vida, só o é quando se não se desistir dele, se continuarmos a escrever as suas páginas.
E no final da vida, tal como na contra-capa, as palavras mais bonitas a resumir a (nossa) história e, na grande maioria da vezes, embelezando e tornando-a mais apetecível do que realmente foi...
29.Abr.2016