Serias capaz de me amar? Conseguirias amar-me da mesma forma que eu te amei: sem medos, receios e de forma pura? Amar-me-ias mais a Alma que ao corpo? Eu nunca te amei o corpo, não o conhecia, era-me indiferente. Amei-te a alma, a tua essência, o teu íntimo, o âmago dos teus sentimentos. Amei-te pelo que és. Pelo que me mostraste sem recurso a subterfúgios corporais e promessas de amor eterno. Nunca o prometeste. Nunca a isso te referiste. E eu, eu amei-te mais ainda por isso. Amei-te pelas qualidades mas quando te descobri os defeitos, amei-te ainda mais. Porque és real. Porque és humano, imperfeito como eu. Serias? Serias capaz de me amar assim?
Run and hide, it's gonna be bad tonight Cause here comes your devil side It's gonna ruin me It's almost like, slow motion suicide Watching your devil side, get between you and me
So tell me what I need to do To keep myself away from you To keep myself from going down All the way down with you
Still I want you, but not for your devil side Not for your haunted life, just for you So tell me why I deal with your devil side I deal with your dangerous mind, but never with you Who's gonna save you now, who's gonna save you?
I can't lie but I don't miss those times We were on a high, I thought it would never end But you and I, we've come from the same long line Good kids with a devil side, just going around again
So tell me what I need to do To get myself away from you To keep myself from going down All the way down with you All the way down with you
I want you, but not for your devil side Not for your haunted life, just for you So tell me why, it's always your devil side It's always your dangerous mind, it's never you So who's gonna save you now, who's gonna save you?
So tell me what I need to know To make you wanna change it all To keep myself from going down All the way down with you All the way down with you
I want you, but not for your devil side Not for your haunted life, just for you So tell me why I deal with your devil side I deal with your dangerous mind, but never with you Who's gonna save you now, who's gonna save you? Who's gonna save you now, who's gonna save you?
Who's gonna save you now? Who's gonna save you now that I'm gone?
O dia avança no seu peculiar passar de minutos, hoje gélidos e demasiado molhados. Não há pessoas na rua e o silêncio é o já interiorizado som das gotas de chuva no vidro da janela e apenas interrompido pelo passar de um carro, rápido e sem apreciar a paisagem. Hoje não há fotografias às pontes, não há barcos a riscar as águas revoltas de um rio que corre mais veloz para o encontro com o mar e as gaivotas planam baixinho nos céus cinzentos escuro. Aqui, a pele também sente o frio, o sorriso também se esconde e a vontade de não estar aqui é maior que nunca. É demais, quase insuportável. A alma também escurece ao ritmo do passar das núvens e do chegar do anoitecer. Salva-me pensar que ao fim das horas lentas terminarem, chegarei a casa e tudo será diferente. Terei o calor de um aconchego que cobre o corpo e inunda o coração. E este bombeará mais fortemente esse sangue quente que nos faz viver. Porque te tenho. Porque me esperas. Porque me amas. Mesmo eu sendo perfeitamente imperfeita. Porque te amo. Porque te anseio nos meus braços. Porque te tenho sempre presente no pensamento. Mesmo que não te apercebas. Mesmo que passe um dia sem to dizer. Ou um momento sem to demonstrar. Porque me és alimento. Porque te dou alento. Porque somos o que ambos esperamos do outro. E não esperamos nada mais que tudo. Tudo que nos faça feliz. Tudo que nos apeteça fazer e dizer. Tudo que não nos prenda em rotinas que nos acabam por definhar. E o calor entre nós nunca morrer!
Podia ser diferente e não se contentar em apenas se entregar de corpo e alma. Raio de mania essa de se dar por inteiro. De querer ser tudo o que ele deseja: a amiga, confidente, mulher, mãe, amante... Mas não é possível e aos poucos, a cada falha, a cada nova tarefa incumprida como deseja, apercebe-se da sua impotência em consegui-lo ser.
E isso mata-a. A pouco e pouco, aos bocados e demoradamente. E martiriza-se pensando na sua enorme incapacidade em ser perfeita. E frustra-se a cada pensamento. E os olhos não brilham, os lábios não sorriem e o corpo não deseja. E ele, na cabeça dela, vai deixando de a amar. A pouco e pouco, aos bocados e demoradamente.
ELE:
Podia ser diferente mas gosta dela assim, tal como é. Com as suas pequenas imperfeições: faz dela uma mulher real, que a ele se equipara. Sim, ele não é perfeito mas também não tenta ser. Sabe que podia ser melhor mas é feliz assim porque ela o aceita. Como ele a ela. E não importa que não seja a melhor cozinheira, a perfeição a passar a ferro ou que não aspire a cada poeira no chão da sala.
Ele ama-a pelo sorriso, pelo olhar sedutor e apaixonado, pelas curvas de um corpo que se sabe mover e o excita. Pelos beijos. Pelo sexo. Pela companhia. Pelo sexo que é (quase sempre) fenomenal. Sim, o sexo é importante para ele. E ela preenche todos os seus requisitos.
Sente que a rotina das tarefas diárias são um peso demasiado grande na forma como ela reage e quer mostrar-lhe que nada, mas mesmo nada é mais importante que estarem juntos. Verdadeiramente juntos, abraçados, enroscados ou apenas, um ao lado do outro, sentados. E mesmo que a ausência de palavras impere, não é constrangedor ou mau ou sinal que algo não está bem ou que ele esteja saturado dela ou mais um milhão de outras coisas que passam pela cabeça dela! Não, é apenas porque não há necessidade de encher o silêncio. É porque é confortável. E não há nada melhor que saber apreciar momentos a dois, em silêncio.