domingo, 20 de março de 2022

Adeus (à) Vida XLIII


O coração bate,
Bombeia esse liquido vital,
Vermelho, escarlate,
Que percorre a matéria carnal.

Bate, compassadamente,
Sem se importar
Com o que vai na mente,
Com o meu pensar.

Bate simplesmente,
Prolongando os dias
Num infinitamente...

E eu, vagarosamente,
Vou (sobre)vivendo,
Esperando que chegue o fim, finalmente.


Cat.
2021.09.22

sábado, 19 de março de 2022

No meio de tormentas


 
Vivo no meio
De tormentas,
Minhas apenas,
Eu creio.
Dores intransponíveis,
De em palavras colocar,
Impossíveis.
Minhas.
Únicas.
Indefiníveis.
Apenas reais,
Verdadeiras,
Sentidas,
Neste peito
Que sufoca,
Com este coração que...
No (de)correr desta maleita
Apenas,
Somente,
Empedernece.


Cat.
2021.08.28

Adeus (à) Vida XLII

 



Deito a cabeça,
Cerro os olhos,
Sem qualquer certeza
De que volto.
Permaneço neste
Meu Mundo:
Negro, escuro e profundo,
Como um poço sem fundo,
Onde a luz não se sente.
O ar é pesado,
Quente e sem odor,
Apenas existe,
Se permite respirar,
Tal como eu:
Sem qualquer vontade de regressar.
Aqui, não há expectativa,
Não há pelo que esperar,
A dor já não espreita,
Já dói e há que a suportar.
Deito a cabeça,
Cerro os olhos:
Não quero acordar
Nem neste mundo (sobre)viver,
Quero partir,
Ser livre, ser eu, voltar à minha essência
E, sem medo do que há-de vir,
Sentir e assim, ser feliz e sorrir...


Cat.
2021.08.28

sexta-feira, 18 de março de 2022

O que faço aqui


 

Às vezes pergunto-me o que faço aqui.
Às vezes duvido de tudo o que sou. De tudo o que digo, de tudo o que penso e de tudo o que faço.
Duvido como se... Não valesse a pena. Como se fosse completamente indiferente, inútil. Como se eu não existisse.
Mas existo. Eu sou. Não sei muito bem quem, mas sou.
E vivo. Ou sobrevivo.
E faço o meu caminho, seja ele qual for, seja por onde for, mesmo que eu não veja ou sinta que o estou a percorrer.
Às vezes, demasiado perdida. Outras, a maioria, seguindo o meu instinto.
E eu ouço o meu instinto, eu guio-me pelo meu sexto sentido. Nunca me falhou.
Pensando bem, nem quando me senti perdida...
Talvez eu nunca esteja perdida.
Talvez eu não veja o caminho por não ser esse o sentido da vida.
Talvez o caminho se faça apenas caminhando, avançando cruzando vidas e aprendendo.
E quantas vidas, seres maravilhosos se cruzaram comigo e tanto que me ensinaram!
Talvez eu nunca esteja perdida: apenas aguarde o tempo certo para que novas vidas me possam ensinar. A crescer. A ser mais e melhor.
Talvez alguém me aguarde também, para que eu possa ensinar ou partilhar o (tão) pouco que sei...


Cat.
2021.00.15