Tento, mas não consigo.
Não há forma, não há jeito, não consigo.
Os pensamentos enchem-me o cérebro. Correm velozes sem me darem tempo para sequer os analisar.
Tal como os sentires que há cá dentro: viajam, de um extremo ao outro, sem que os possa assimilar.
E por entre este ciclo, a inércia. A sensação inevitável de não conseguir. De ser incapaz.
Vejo tanto e oiço tanto que... Só me apetece fugir ou rir. Chorar ou ignorar. Ficar ou avançar.
É um limbo, uma corda bamba.
Gostava de não querer saber.
Gostava de poder não ver.
Gostava de ser cega, surda e muda.
Há um ego nas pessoas, todos o temos. Mas hoje, há um ego disfarçado de boa vontade, de bondade... Para mostrar.
E isso é o que eu menos consigo entender: a necessidade de chamar a atenção para o "eu".
Carência? Acredito que será isso acima de tudo.
Talvez eu esteja aqui a divagar por algo que não tem sentido, não tem qualquer explicação.
Mas fico, quieta, numa inércia, de tão estupefacta que me deixam...
Lá está, eu tento, mas não consigo!
Cat.
2021.07.06