quarta-feira, 5 de maio de 2021

Perdida nos dias






Perdida nos dias,
Sem rumo,
Sem alento,
Horas perdidas como fumo,
Levado pelo vento.

Há na noite
Uma esperança,
Vã, quase imperceptível,
Que avança
E, às vezes, quase visível.

Não sei o que me move,
É uma força indescritível,
De acreditar que há
Mais para além da vida.

Um sentimento de falta,
Um sentimento de impotência,
Ao mesmo tempo esperança,
Como que uma crença.

Dúbias palavras,
Contraditórias até,
Mas assim é minh'Alma,
Que não sabe quem é.

Procuro cá dentro,
Em mim,
Procuro cá fora,
Em tudo e no mar sem fim.

Espero caminhar,
Nas horas dos dias que passam,
Com alguém a iluminar,
Cada meu passo dado,
Com amor infinito.


Cat.
2021.01.19

Adeus (à) Vida XIV


Espero sem medo,
Que o tempo passe,
Perdida no enredo
Das horas quase paradas.
De hora a hora,
De dia em dia,
O meu tempo já não demora,
Chegará a meu guia.
Não te percas comigo,
Na ausência da minha presença,
Na falta do meu riso,
Agarra-te à minha lembrança
E continua,
Pois assim é a vida.
Eu,
Eu estarei noutra via,
Numa realidade paralela,
Cuidando e guiando-te
A cada dia.
Jamais te abandonarei,
Mas vive com paixão,
Jamais te deixarei,
Viverei,
Com as tuas vitórias,
Com o teu crescimento,
Até chegar a hora de
Te transformares, no meu,
Mesmo elemento.


Cat.
2021.01.19

terça-feira, 4 de maio de 2021

Adeus (à) Vida XIII


 

O cansaço
Acabará por vencer.
O corpo, sem esforço,
Acabará por ceder.
A Alma, solta do peso,
Voará com todo o seu saber.
Liberta das dores
Com todas as lágrimas já caídas,
Salgando, tantas vezes, as faces,
Está certa de que tem fechadas as feridas.
Não me sintam a falta,
Não irei para longe,
Olharei por todos,
Pois a vida, não morre,
Passa a ser, apenas, de outra forma vivida.
Amarei de igual forma,
Talvez mais ainda:
O Amor tornará,
Da minh'Alma,
Da minha outra vida,
A minha rotina.
Não partirei,
Estarei sempre a teu lado,
E em todos os momentos
Guiarei os teus passos.


Cat.
2021.01.13

Adeus (à) Vida XII


O dia há-de chegar,
Devagar,
E nada há a lamentar:
Será a tormenta a terminar.
As minhas culpas,
Nas dores durante
A vida sentidas,
Acabarei de expiar.
Não quero que me chorem,
Não há razão para tal:
A Alma estará pronta,
Limpa e sem mágoa,
Liberta do peso da carne d'uma mortal.
Voarei,
Com a habitual pressa
De quem deseja,
Chegar a casa depressa.
Não quero que me chorem:
Há luz na minha Alma,
Porque há coisas que não morrem,
Que não desaparecem,
Desvanecem deste mundo,
Docemente, com calma.


Cat.

2021.01.12