quarta-feira, 28 de abril de 2021
Pés sem chão
Pés sem chão, flutuo pelos dias,
Sem tempo, sem noção.
São apenas horas que passam,
Entre o dia e a noite,
A luz e a escuridão.
Tal como o meu pensar,
Agora livre e feliz,
Ora triste, sem rumo e em vão.
Tempos estranhos estes
Em que os dias de Outono parecem de Verão.
E nós fechados, num cerco,
Que nos impede de viver plenamente,
De poder abraçar, beijar e dar a mão.
A vida está diferente.
As pessoas estão diferentes.
Tudo está em transformação.
Apesar de tudo, da (aparente) dormência,
Que nos tolda a visão,
Há a esperança,
Há a certeza na mudança,
De crenças,
De pensares,
De formas de olhar o outro e o Mundo.
Pés sem chão, flutuando acima do material,
Dando importância ao moral,
Ao olhar o outro como igual,
A sonhar com um Mundo
Perfeito, onde todos temos
Um papel principal...
Vejo tudo a desmoronar,
Vejo cada vez menos empatia,
Cada vez mais os egos e o egoísmo
A ganhar caminho.
E no entanto, cá dentro,
No meu ínfimo imo,
Há (quase) uma certeza
Que o futuro será
Belo e lindo.
Pés sem chão, flutuando,
A (querer) acreditar
Na última utopia...
Cat.
Insano entregar
Obedeço(te)
Sem questionar.
São as (tuas) vontades
Que imperam
Entre (estas) paredes.
Vergo(me)
Perante o (teu) dominar.
Servir(te) todos os prazeres,
E quais não importam
Pois (aqui) não há limites.
Pertenço(te)
Neste insano entregar.
Satisfazer(te) os devaneios,
Deixar(me) a luxúria penetrar,
Sem medos, sem receios,
Só pelo puro prazer
Que (nos) podemos dar...
Cat.
2020.11.04
terça-feira, 27 de abril de 2021
Olho(te)
Olho(te)
Submissa,
Esperando com ânsia
O teu querer(me).
Olho(te)
Com o desejo
Em crescendo,
Numa espera (quase)
Infinda.
Olho(te)
Suplicando,
Toma a (minha) pele,
O (meu) corpo,
O (meu) sexo humedecido
Que (te) espera.
Olho(te)
E, assim simples,
Já não me pertenço,
Já sou parte da (tua) luxúria,
Fazendo (meus) todos
Os (teus) devaneios...
Cat.
2020.11.02
Ela
Ela é delicada,
De lábios cereja,
Pele de cor alva,
Cheiro a flor de laranjeira.
Voz doce,
De palavras fluídas,
Sem esconder quem é,
Sem ter medo do que é.
Veste o que a Alma pede,
Muitas vezes decote,
Silhueta marcada sem pudor,
Passa e não há olhar que não siga o seu passar,
Elegante,
Compassado,
Sedutor.
Mas no olhar,
Traz a menina,
Doce, perdida,
Que dá vontade de abraçar,
De guardar e de cuidar.
E no momento seguinte,
Os dedos deslizam nos lábios,
Ou tocam o decote,
Ou os dedos brincam,
Mostrando o pescoço,
Com o cabelo.
Menina-mulher,
Anjo tentador,
Desejar amar-te,
Com ternura ou com loucura,
Mas sempre, sempre,
Com toda a luxúria.
Cat.
2020.10.30
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