Trago nas mãos tudo o que construí, tudo o que afaguei, toquei e senti.
Trago nos braços todos os sentidos abraços dados, todos os seres que acolhi.
Trago no rosto sulcos vincados pelo passar dos anos, o reflexo de dias já passados e aqui espelhados.
Trago na boca todas as palavras proferidas, amáveis ou azedas, tolerantes ou zangadas, umas vezes profundamente sentidas, outras apenas para provocar feridas.
Trago nos olhos todas as tristezas e alegrias, todos os risos e todas as lágrimas que, por amor ou desilusão, por mim foram vertidas.
Mas o que trago na Alma é tudo isso e mais ainda. É tudo o que sou, tudo o que vivi e tudo o que sonho.
É (des)amor.
É (des)ilusão.
É (des)esperança.
Mas é, sobretudo, um acreditar. Em mim e nos outros. Até prova em contrário.
Cat.
2019.08.05