quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Rimas fáceis





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Rimas fáceis.

Sobre amor
Ou alegria,
Sobre lágrimas
Ou dor,
Rimas fáceis
É o que tem valor.

Sobre o rir
Ou o amar,
Sobre o sentir
Ou o amorfar,
Rimas fáceis
É o que está a dar.

Sobre a vida
Ou a morte,
Se é sentida
Ou fingida,
Se há vontade
Ou sorte,
Rimas fáceis
É o (des)norte.

Sobre o desejo
De um amor verdadeiro,
Sobre o anseio
De um amor por inteiro,
Ou sobre o devaneio
Do corpo carnal,
Rimas fáceis
Porque nunca fica(m) mal.

Rimas fáceis
A ditar o que é normal,
A transcender o banal
Numa ilusão de fenomenal.

Rimas fáceis
A chegar todo o lado,
Num escrever martelado,
E por todos imitado!

Cat.
2019.04.23

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Perdas


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Eu sei o que é passar pela perda de alguém. Sofrer, chorar, voltar a chorar, desesperar e chorar ainda mais. Até as lágrimas secarem.
Eu sei, eu sei como é.
É o mundo quase desabar. Fugir por debaixo dos pés. É perder o chão e nunca mais dar um passo firme.
Eu sei. Já perdi. Já sofri e acho que nunca mais regressei a mim, ao que era.
É um vazio que fica, aqui, bem no meio do peito. Que chega a doer, a sufocar, a sugar o ar e a transbordar de nada.
É uma dor que não se descreve porque tanto nos mata com a falta como nos esmaga de tão assoberbada.
E as saudades tudo menos indeléveis. São profundas e inesgotáveis como o amor que se sente.
E a certeza de que muito ficou por dizer, por fazer, por viver, por partilhar, por sorrir e chorar é, quase, arrependimento. Por não ter sido mais. Mais abraços, mais beijos, mais amo-te e mais, muito mais tempo apenas contemplando-te. Guardando em mim cada traço no rosto, cada cabelo desalinhado, cada respirar no meu ouvido no teu peito encostado.
Sim, eu sei o que é perder alguém. E também sei que a vida continua e nos atenua a dor. Devagar, bem mais devagar do que desejaríamos, mas atenua...

Cat.
2019.04.05

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Fugir

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Hoje vou ler um livro.

Um qualquer, não importa o título, não importa o conteúdo, hoje vou ler um livro.

Um que me leve para outro lugar. Encantado ou maltratado. Brilhante, vibrante ou negro, sombrio.

Um livro que me dê vontade de não regressar à minha realidade. Que me envolva, me leve e não me devolva. Que me faça rir ou chorar, desde que desmedidamente.

Um livro que me ensine que não há limites para a imaginação ou para a dura verdade. Que me faça sonhar com o amor e a paixão e com a desilusão da perda e da dor.

Hoje vou ler um livro. Para não lidar comigo. Para não olhar para o que o dia traz. Para não pensar, não sentir e não chorar apenas por mim. Para que os meus dias sejam mais do este passar de horas, sem rumo, sem desejos ou ânsias. No fundo, sem futuro...

Cat.

2019.04.04

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Dizer

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Dizer que te amo.

Hoje e sempre. A cada momento, a cada dia, todos os dias da nossa vida. Todos os dias da vida que contigo terei.

Dizer que te amo.

Porque não quero que esqueças. Não quero que, por algum motivo, por um acaso ou por alguma palavra ou atitude menos positiva, possas pensar que já não te amo.

Amo-te. Não deixes de acreditar nisto.

Amo-te. Todos os dias. Com todas as tuas virtudes e todos os teus defeitos. Na tua perfeita (im)perfeição.

Amo-te e vou dizer-to todos os dias. Todos os dias da nossa vida.

Cat.
20219.03.28