terça-feira, 14 de março de 2017

Como o anoitecer




Chegou a hora de a tarde ceder lugar ao anoitecer. De permitir que a lua e as estrelas cheguem, de mansinho, com o orvalho a acompanhar.
A luz diminui doce e suavemente como o sol de fim de Verão que me toca a pele. Despida. Nua. 

Desprovida de protecção. Pronta para o aceitar. Preparada para o deixar passar pela janela até me alcançar. Ansiosa por o absorver.
A minha companhia.
E assim aqui, no local que nos identifica, nos lençóis com o teu, meu, nosso cheiro, espero por ti.
E agora, que o teu perfume me inebria, o pensar vagueia. A pele arrepia e o desejo, desenfreado e sem rédeas, volta à vida.
Quanto te anseio sentir. Os beijos na boca. A língua no corpo. O teu sexo humedecido pelo tesão de me sentir, por ti, possuída. De me entregar, a ti, de forma insana, intensa, profunda e destemida.
Por isso, faz como o anoitecer: não demores para te fazeres sentir...


11.09.2016

E (ainda) é isto...


No meio de mim


Quero-te
No meio de mim,
Passeando a boca pela pele,
Fechando os lábios nos meus,
Sugando-me o peito farto,
Segurando-o forte nas mãos,
E beijando-me o corpo,
Que se contorce a cada toque de língua,
Ora húmida, ora lânguida, ora frenética,
Aumentando-me a líbido,
Deixando-me pronta,
Escorrendo de desejo.

Quero-te
No meio de mim,
Penetrando-me as entranhas,
Enchendo-me o ventre,
Fazendo-me chegar aquele ponto,
Em que toda eu sou estremecer, e
De louca, insana,
Gritar de um prazer
Que o corpo faz ceder,
A respiração suspender
E o coração,
Disparado, bater.




19.08.2016

Abro-me

Abro-me
Para que possas chegar-me,
Tocar-me,
Preencher-me,
Inundar-me de ti.
Abro-me
Para que me faças desejar,
Arrepiar,
Sentir,
Vibrar e estremecer.
Abro-me
Para que me tomes,
Domines,
Proves,
Ames.
De todas as formas,
De qualquer maneira,
Sem repressões
E com todas as permissões.


Abro-me,
Entrego-me,
Pertenço-te.

17.08.2016