domingo, 3 de janeiro de 2016

Envolve-me



Envolve-me.
Com palavras sedutoras
Ao ouvido sussurradas.
Com os teus braços, fortes,
O corpo que te ama.
Molha-me a pele com o frenesim dos teus beijos,
Da tua língua ansiosa por sentir
Os mamilos, de desejo, a endurecer.
Abre-me as pernas,
Beija-me as coxas,
Aperta-me as nádegas,
Antecipa o momento,
Em que voraz,
Ao meu sexo chegarás
E a fome de mim
Do meu gosto,
Do meu sabor,
Do meu mel,
Saciarás.


03.Jan.2016

A balança da vida


O dia há muito que terminou, cedendo o seu domínio à noite fria e húmida de um Inverno um pouco atípico.
Não chove mas o chão brilha competindo com as luzes da rua e das casas de janelas embaciadas pelo calor próprio da vida que as preenchem contrastando com o vazio lá de fora.
Aqui, tudo está morno.
Há vida, mas quase fria. O sangue não corre feroz nas veias, nem os pulmões respiram no seu pleno. Apenas a pele se arrepia de quando em quando, num aviso de que (ainda) há vida.
Sim, há. Uma vida que todos os dias se pesa nos pratos de uma balança.
O bom e o menos bom.
O óptimo e o péssimo.
As lágrimas e os sorrisos.
Os sonhos e as realidades.
Os passados e os futuros.
As palavras e as acções. E estas são, sem dúvida, o que mais nos pesa.
Palavras em que acreditamos. Palavras que nos deixam magoados. Palavras que nos fazem sonhar, esperar, ansiar e desejar.
E as acções que nem sempre vão de encontro às palavras.
E aqui, pesa-se na balança, o mais importante de tudo:
O amar e o ser amado ;
O desejar e o ser desejado ;
O dar e o receber.
E há acções que contradizem quase todas as palavras. E o que pesamos então? A (in)felicidade.
Somos falíveis, contraditórios, somos humanos com necessidades que nem todos compreendem(os).
E perdoa-se.
Enquanto a balança pesar para o outro lado.


03.Jan.2016

sábado, 2 de janeiro de 2016

Arrebata-me...




Arrebata-me.
Fala-me do que desejas, anseias e faz-me sonhar.
Deixa-me na tua musa, na tua deusa me tornar.
Toca o meu corpo e faz-me estremecer.
Beija-me a boca e faz-me desejar.
Lambe-me a pele e faz-me (por ti) desesperar.
Toma-me o sexo, fode-me ou ama-me mas faz-me vibrar e de prazer gozar.
Olha-me nos olhos como se o mundo fosse acabar e volta-me a tomar, a em mim entrar e de novo a ti me entregar.


02.Jan.2016

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Primeiro dia do Ano




Primeiro dia do ano.
Dia de balanço do que ficou para trás.
E é tanto o que fica para trás... Mais do que anos, meses e dias ficam vivências. Ficam experiências que nos fazem ser o que hoje somos.
Ficam sonhos perdidos pela inércia ou pela desilusão.
Ficam vitórias alcançadas pelo esforço e, às vezes, exaustão.
Ficam perdas, muitas perdas de pessoas, familiares, amigos ou não. Muitas perdas de esperanças que, a dada altura, soam vãs.
E há perdas que se transformam em melhorias.
Saber desprender de pessoas, situações e coisas também é melhorar muitas das vezes.
E ficam ganhos, tantos mas tantos ganhos. Os que são nossos pelo trabalho. Os que são nossos pela compreensão, pelo altruísmo, pela amizade, pelo carinho, pelas experiências que quem connosco lida nos faz crescer, evoluir e melhorar.
Não há vidas fáceis.
Não há anos perfeitos.
Da mesma forma que não há dor sem lágrimas nem felicidade sem sorrisos. Como não há ódio sem amor ou entrega sem receber.
E todos os dias vivemos nessa imensidade de sentir. E todos os dias sentimos diferente. Porque a cada dia lidamos com a mesma situação de forma diferente. Porque nos tornamos mais conscientes, experientes e sem dúvida melhores. Independentemente do que sofremos, do que choramos e muito com o que aprendemos, sorrimos e amamos!
E somos humanos, falhos mas crentes. Em nós e nos outros. No que somos e no que nos tornamos.

Primeiro dia do ano. Dia de renovar esperanças, sonhos, metas e mudanças. Dia de voltar a voar sem medo de os pés na terra colocar.


01.Jan.2016