segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Respiro

Respiro,
Deste ar que me corta a voz,
Frio e gélido,
Compactuante e companhia
De cada alma vazia.

Respiro,
Deste ar que se entranha na pele
Que irrompe por mim adentro,
Que me invade
E me esventra o sentir.

Respiro,
Este ar que cheira à morte
Da felicidade sonhada e vivida,
Jamais repetida,
Nunca mais alcançada,
Num viver carregado de não vida.

Respiro,
Este ar que não me alivia
A dor de não sentir,
O pesar de cada dia passar sem eu pedir,
Que me amarram e sufocam
E o sangue impedem de correr.

Respiro,
Este ar que não quero,
Nesta vida que não é a minha,
Nesta letargia
De quase morrer
Sem a alegria por companhia.
 
12.Jan.2015

Dormir

Há dias em que apetece nada mais que dormir. Dormir o dia todo, sem sentir o passar desses minutos lentos e demasiadamente demorados.

Dormir sem que a luz do dia e o calor ameno do dia se façam sentir.

Não abrir os olhos e não te ver. 

E mesmo que te sinta o respirar, adormecer os sentidos e não te sentir o odor, o calor do corpo.

Não quero voltar a sentir a pele arrepiar-se. Nem a mente a viajar por entre os fantasiosos delírios do passar dos teus dedos. Nem o corpo vibrar desse prazer único que apenas tu me fazes sentir.

Dormir para não te sentir voltar a partir.
 
 
12.Jan.2015



terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Em jeito de mensagem de Ano Novo

Não há tempo como o tempo das emoções: é único e sem medida possível de ser medida.
Quase como a maré de um rio que sempre corre sem cessar e que sobe e desce sempre, sempre sem parar.
E as emoções são impossíveis de medir. Como medir a emoção que nos provoca o olhar da pessoa que amamos?...
Como medir a emoção que um beijo na boca, apaixonado nos provoca? E o tempo que demora?
Demora o tempo em que o gosto fica guardado no meu paladar? Ou demora o tempo que o separa de um outro beijo? Ou demora o tempo que o vou gravar na memória?
Ninguém sabe o tempo que demora. Demora diferente de mim para ti e de ti para outro alguém.
E as emoções são sempre tantas... E este foi um ano de emoções. De coisas menos boas, mas de muitas mais boas.
Foi um ano de revelações: de alguns mas, sobretudo, minhas. De me conhecer, de me saber, de aprender e de crescer.
E a cada novo ano aprendo que a vida é demasiado efémera para desperdiçar com a emoções que nos fazem menos bem, que nos puxam em vez de elevarem, que nos derrotam em fez de nos fazerem vencer. Emoções que pretendo e faço com que sejam de tempo curto – já que não as posso evitar ou fazer desaparecer.
E a cada novo ano cresço como pessoa melhor que ambiciono ser e tornar-me cheia daquelas emoções que se pretendem reviver e fazer demorar, se possível todos os dias até morrer.
Emoções que se mantenham suspensas no tempo, disponíveis para serem abraçadas e nos fazerem viver.
Emoções carregadas de esperança. Cheias de Amor. Plenas de felicidade. Sorrisos e lágrimas de tanta e imensa alegria.
E nada disto seria possível sem ti, que a cada dia me acompanha, “vive” os meus dias e me ajuda.
E é isto que te desejo, nada menos que isto: emoções que perdurem no tempo sem tempo.

FELIZ 2015

domingo, 28 de dezembro de 2014

Toco. Sinto.

Toco,
A pele que se arrepia
No pensar do que seria,
Sentir o teu beijo,
Quente na boca...
Que para ti se entreabria.

Sinto,
O desejo molhado
No sexo pronto e preparado
Para te receber,
Dentro deste ventre
Que te quer pertencer.

Toco,
Com os dedos de mim molhados
Nos teus doces e suaves lábios
Para te excitar os sentidos,
Te enlouquecer
E aumentar a líbido.

Sinto,
O teu desejo a aumentar,
O teu corpo com o meu a vibrar
E a te(n)são quase,
Quase a culminar
Nesse momento ansiado,
Esperado,
De um orgasmo,
Intensamente partilhado.
 
28.Dez.2014