sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Morria




Sem a tua pele na minha
A vida todo o sentido perdia
E o sol deixava de brilhar
E a lua,
Solitária,
Morria.

Sem a tua pele na minha
O respirar seria de uma lentidão imensa,
Deixava-me sufocar,
Feito nó na garganta
Sem que o ar pudesse passar.

Sem a tua pele na minha
O corpo deixava de ser sangue
Vermelho, vibrante,
De ser carne que se entrega
Ao prazer de um toque,
De um abraço,
De nos lábios se permitir um beijo,
De no sexo,
Já húmido e sedento,
Sentir esse intenso desejo
De ser domada e tomada,
De ser tua e te ter meu,
E tudo o resto
Ser igual a
Nada.

Sem a tua pele na minha,
Sem o teu olhar no meu,
Sem os teus beijos perdidos nos meus,
Sem a tua entrega mesclada na minha,
Sem o teu Amor pertencer ao meu,
A minh’Alma morre despida,
De todo o sentir desprovida,
Morre abandonada e fria...
 
 
03.Out.2014

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O acordar das vontades




É o vazio que se esvai
Com o correr de um rio
Que não se prende,
Que nunca se contém.

É o calor que invade
A pele que se desnuda
E se entrega ao sabor
De um quente feito de mãos.

É o preencher de um corpo
Percorrido por dedos
Ora sábios e delicados,
Ora indecisos e prementes.

É o acordar das vontades
Que se escondem dentro
De um peito suspenso no respirar
De um beijo doce, imponente.

É o saber entregar
Cada recanto do meu ser,
É o saber receber,
Cada momento,
Cada minuto parado no tempo,
Carregado deste,
Único e louco prazer,
Que é te pertencer.
 
 
29.Set.2014