terça-feira, 1 de abril de 2014

Hoje viajo ao som de...



Amigos como sempre
Dúvidas daqui pra frente
sobre os seus propósitos
é difícil não questionar.

Canto do telhado para toda a gente ouvir
os gatos dos vizinhos gostam de assistir.

Enquanto a musica não me acalmar
não vou descer, não vou enfrentar
o meu vício de ti não vai passar
e não percebo porque não esmorece
ao que parece o meu corpo não se esquece.

Não me esqueci, não antevi, não adormeci, o meu vício
de ti (2x)

Levei-te à cidade, mostrei-te ruas e pontes
Sem receios atrai-te as minhas fontes
Por inspiração passamos onde mais ninguém passou
Ali algures algo entre nós se revelou.

Enquanto a música não me acalmar
não vou descer, não vou enfrentar
o meu vício de ti não vai passar
não percebo porque não esmorece
será melhor deixar andar
Será melhor deixar andar
Não me esqueci, não antevi, não adormeci, o meu vício
de ti (3x)

Eu canto a sós pra cidade ouvir
e entre nós há promessas por cumprir
mas sei que nada vai mudar
o meu vício de ti não vai passar, não vai passar...

terça-feira, 25 de março de 2014

Em mim

É nos meus braços
Que apaziguas o desespero
De um coração abandonado,

Para além do corpo largado
Que, inerte,
Quase já não sente.
É no meu abraço
Que o ar se torna leve,
Que o respirar se permite
E voltas a ter,
Em ti,
Lugar para viver.

É no bater do meu coração
Que te renovas
E libertas do que passou,
Das mágoas de feridas
Outrora abertas.

É em mim
Que te perdoas,
Que te entregas,
Que te seguras
Para enfrentar todas,
Todas as tuas provas.



25.Mar.2014

Toco

Toco
No corpo que,
Deitado no leito
Do nosso amor,
Relembra o deslizar
Da tua mão,
Conhecedora dos meus caminhos,
Percorrendo-me inteira,
Sem que eu consiga
Dizer não.

Toco
A pele estremecida
Do molhar da tua
Irrequieta e quente língua,
Descobrindo-me recantos,
Incautos,
Escondidos,
Intocáveis até agora,
Deste corpo
Jamais arrependido
Por te desejar a toda a hora.

Toco- me
Copiando o teu ritmo
Neste corpo condenado
Ao imenso delito
De te querer imitar
O intenso dedilhar
Que me inebria o sentir,
Que me turva o olhar,
Que me abafa o falar,
Que me faz apenas articular
Gemidos soltos,
Sem sentido,
E os dedos,
Avançando e recuando,
Num inédito compasso,
Invadindo-me por dentro,
Controlando-me a vontade
De me entregar,
Enlouquecida,
Ao culminar
Do prazer.
 
 
24.Mar.2014

Viver

 
Melancolia
Estendida,
De dentro para fora,
Da alma para o corpo
Que se ressente
Numa vida
Que se permite,
Apenas,
A respirar.

Saudades
Brotam
Feitas gotas de sal,
Escorrendo no rosto,
Marcando sulcos
Eternizados pelo passar
De um tempo que se demora.

Dor
Cortante,
Num coração que bate,
Dilacerado num peito
Que se estreita,
Que se aperta
Contra o saber
Do que é um perder.

Recordações
Perdendo-se num mar
De névoa baça
Sem que se registem
Os momentos
Mais importantes do que já foi,
Os menos importantes do que teria sido,
Desvanecendo-se
E esbatendo-se das cores
De outrora.

(Re) Viver
Em dias que se fazem
Plenos de certezas
Confirmadas a cada passo
De um futuro concreto,
Criado,
Fundado,
Em novos rumos
E em um
(Ainda)
Maior e melhor amor!
 
 
21.Mar.2014