sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ser tudo



E a boca
Sussurra desejos
Cravados na carne feita pecado,
Em gotas de saliva partilhadas,
Em aromas de corpos suados,
Em abraços e beijos trocados.

E os dedos
Descrevem palavras
Desenhadas no correr do tempo,
Em lábios rubros entre-abertos,
Numa pele que se desassossega,
Num corpo que estremece.

E o corpo
Transmite recados
Impulsionados pelo querer
De peles entrelaçadas,
Amassadas,
Sedentas desse te ter
Cá dentro, neste ventre,
Contraíndo-se em ondas de prazer,
Jorrando de mim todo o meu ser,
Fazendo-me perder
Sentido e razão,
Completamente entregue ao teu poder,
De saber como me fazer
Ser tudo o que te dá imenso prazer.
 
 
1.Nov.13

Hoje, sinto

 

Hoje,
Sinto no corpo
O calor de um abraço
Feito de um Sol
Que é ameno,
De um quente que invade,
Que preenche o coração.

Hoje,
Sinto no corpo
O corropio de uma brisa
Que percorre,
Lenta,
Doce,
Suave,
Imitando o afago
Dos dedos de uma mão.

Hoje,
Sinto no corpo
A tua presença
Feita de memórias
Recordadas a cada minuto,
Feita de lembranças
De beijos trocados
Sob o ímpeto do desejo,
Sob a marca do prazer,
Sob o nome do que nos une,
A todo o momento,
Todas as noites em que te reencontro
E nos teus braços,
Nos teus lábios,
No deslizar da tua pele,
Me entrego de corpo e Alma,
E a TI,
Sem receio ou dúvidas,
Por completo
Me dou.
 
30.Out.13

De novo, o silêncio





E de repente o silêncio é quem domina. Não há sons de passos ou de risos de crianças na rua. Não há vento e nem as gotas de chuva têm coragem para interromper o seu domínio.
Um silêncio absoluto, como se a vida ficasse suspensa no tempo, no sopro de um respirar, num bater de coração. Um silêncio que avança poderoso no seu querer, sem piedade de quem se cruza nos seus caminhos.
Um silêncio que me apanha, que se vai entranhando e apoderando-se de mim, conquistando cada pedaço do meu ser, descobrindo os meus sonhos, desfiando as minhas fraquezas, confrontando-me com os meus defeitos.
Um silêncio que me obriga a olhar para dentro de mim, a ver-me tal como sou.
Um silêncio que quase me oprime, quase me esmaga na visão do que não presta e quase me convencendo de que nada mais existe.
E o bater do coração, o bombear deste sangue quente e vivo, trazem ao meu rosto lágrimas salgadas de um arrependimento por falhas no meu ser, por não conseguir ser perfeita e, nesta imperfeição ser incorrecta e magoar quem me rodeia. Mas este silêncio não é mau, não se disfarça de pudor nesta minha crua avaliação. É quem me faz avançar e a cada dia melhorar.
 
 
24.Out.13

XIX Verdade Irrefutável




Meu corpo é feito de perigosas curvas, de relevos estonteantes, de percursos secretos onde, descobrir-me é uma aventura, conhecer-me é domar-me, e esse é um privilégio apenas teu!
 
 
19.Out.13