segunda-feira, 27 de maio de 2013

Adormeço

Adormeço.
A cada minuto
Fecho os olhos
E o sonho é vazio,
Cheio de cores
Que pintam telas
Mantendo-as brancas.
Os sons são de um murmurar
De águas que caiem
De um céu que molha
O chão e o meu rosto
Desfazendo-me as lágrimas.
O sabor é de uma ausência
Que deixa na boca essa água
Incolor e insípida
Sem matar a minha sede,
Sem me conquistar o paladar.
Os cheiros são de um nada
Árido e agreste
De um vazio que enche a paisagem
Sem alegria ou colorido.
Nem a imaginação sabe do desejo
Que há no meio, no centro do peito,
Onde vibra,
Onde bate o meu coração.
Adormeço.
E torno-me cega a cada pulsar,
A cada bombear,
E deixo que a mente se liberte,
Procure o seu destino e me pinte,
Uma tela que eu deseje viver.
 
 
 
27.Mai.13

Pedaços

Pedaços.
De mim
Espalhados na roupa
Feita lençol
De uma cama
Onde me perdi.

Pedaços.
De ti
Soltos no meu cabelo
Onde o teu cheiro
É senhor e me inebria
Por inteiro.

Pedaços.
De nós
Cravados na pele
Que foi desejo
Insano e demente
De corpos que se amam
Doce e profundamente.
 
 
27.Mai.13


Caminhos


Caminhos.
Percorridos a um ritmo
Comandado pelas vontades,
Incutido pelas verdades
Que se sente cá dentro,
De um peito sofrido.

Caminhos.
Que calcorreamos,
Por vezes,
Sem sentido,
Sem saber qual o destino,
Sem questionarmos o avançar dos passos.

Caminhos.
Que se tornam encruzilhadas,
Com várias e diferentes metas
Que nos obrigam a deixar para trás
Outros destinos cruzados.
 
Caminhos.
Abraçados em mil sonhos,
Em realidades ilusórias,
Em esperanças que nos dão
Essa força, mais anímica que física,
Para continuar a andar.

Caminhos.
Que jamais podemos deixar de fazer,
De sentir e de o percorrer
Apesar do medo do não saber,
Apesar do medo de perder,
Apesar do receio do não acontecer,
Apesar de podermos voltar atrás e recomeçar,
Não podemos, jamais, deixar de viver.
 
27.Mai.13

domingo, 26 de maio de 2013

Que posso escrever?


 
Que posso escrever?

Tudo é o teu olhar
De mar salgado carregado
Que me inunda de alegria.

Tudo é o teu odor,
Que nem a brisa doce de Verão
E as flores de laranjeira
Conseguem disfarçar.

Tudo é o teu paladar
Imiscuindo-se no meu
A cada beijo trocado.

Tudo é o teu sorriso
Alegrando as flores de cores pálidas
Que se abrem à vida.

Tudo é o teu toque
De sol quente e sedutor
Fazendo tudo vibrar de vontade de sentir.

Tudo é o teu amor
Batendo nesse coração
Que enche o meu
E nos torna UM.

Que posso eu escrever?
 
 
 
24.Mai.13