domingo, 19 de maio de 2013
Depois
A cama vazia transborda de vida.
Os lençóis frios acolhem o suor salgado dos corpos e as almofadas, guardam tesouros feitos de promessas de amor selados com beijos.
Os meus olhos cerram-se, gravando na memória da Alma, as marcas que ficam na pele após o nosso amar a cada nova manhã.
Memórias, lembranças, recordações: tudo tão levianamente imperfeito, incapazes de guardar a intensidade do teu sabor, a unicidade do teu cheiro...
11.Mai.13
Dicionário de Coisas Simples XII
E o esperar?
O esperar é quando o corpo arrefece
Após aquele único e singular abraço
De peles salgadas por lágrimas
De saudade até ao próximo beijo.
O esperar é quando o corpo arrefece
Após aquele único e singular abraço
De peles salgadas por lágrimas
De saudade até ao próximo beijo.
E o dar?
O dar são beijos de aroma a alecrim
Em pele que se faz seda,
Com desejos de te sentir dentro de mim,
De te pertencer sempre e nunca sem fim.
O dar são beijos de aroma a alecrim
Em pele que se faz seda,
Com desejos de te sentir dentro de mim,
De te pertencer sempre e nunca sem fim.
E o ter?
O ter é o vento que afaga o corpo
Numa noite de prateado luar
Onde as roupas se largam pelo chão
E o teu corpo é onde adormeço
Nesse abraço que me enche de paixão.
O ter é o vento que afaga o corpo
Numa noite de prateado luar
Onde as roupas se largam pelo chão
E o teu corpo é onde adormeço
Nesse abraço que me enche de paixão.
11.Mai.13
Amanhece
Uma luz morna e brilhante intensifica a cor das paredes das casas e dos ladrilhos da calçada que molhados, reluzem.
No ar apenas os sons das folhas das laranjeiras acompanham e inebriam com o seu odor o cantar dos pássaros, abençoando o amanhecer.
É o dia que cresce lá fora e se mostra pleno de vida através da persiana mal fechada do meu quarto e vai cobrindo, a cada minuto, mais um pouco do meu corpo que resiste a esse acordar.
Mas o dia insiste. E a vida pressiona. E o sol faz o seu dever acariciando-me o rosto com essa morna ternura que nos faz esboçar um sorriso, desses que carregam uma inevitável esperança e inexplicável felicidade.
E o corpo obedece, num ritmo que não se compadece com o aumento de passos e vozes, nem com o cair das gotas de orvalho nas flores de jasmim.
Num ritmo que é apenas seu, remetendo-se ao vibrar do respirar e do bater do coração, quase inerte, quase parado, admirando e não incomodando o teu, que ainda dorme, descansado e alheio ao dia que cresce aqui.
No ar apenas os sons das folhas das laranjeiras acompanham e inebriam com o seu odor o cantar dos pássaros, abençoando o amanhecer.
É o dia que cresce lá fora e se mostra pleno de vida através da persiana mal fechada do meu quarto e vai cobrindo, a cada minuto, mais um pouco do meu corpo que resiste a esse acordar.
Mas o dia insiste. E a vida pressiona. E o sol faz o seu dever acariciando-me o rosto com essa morna ternura que nos faz esboçar um sorriso, desses que carregam uma inevitável esperança e inexplicável felicidade.
E o corpo obedece, num ritmo que não se compadece com o aumento de passos e vozes, nem com o cair das gotas de orvalho nas flores de jasmim.
Num ritmo que é apenas seu, remetendo-se ao vibrar do respirar e do bater do coração, quase inerte, quase parado, admirando e não incomodando o teu, que ainda dorme, descansado e alheio ao dia que cresce aqui.
11.Mai.13
sexta-feira, 10 de maio de 2013
Insinuantes e subtis
Olhares insinuantes
Sobre as vestes a admirar,
Silhueta de um corpo
Feito dessas formas a que não resistes,
E que anseias por tocar,
Despir, amar e abraçar.
Sons subtis
Inundam-me o ouvir,
Sussurrantes palavras
Libertas no ar
Que me inspiram o sentir,
Que me fazem em ti acreditar.
Toques subtis
Inundam-me a pele
Sob o lema do desejo,
Sob o tema do amor,
Sob a forma de uma língua,
Quente,
Húmida,
Deslize ondulante.
Sobre as vestes a admirar,
Silhueta de um corpo
Feito dessas formas a que não resistes,
E que anseias por tocar,
Despir, amar e abraçar.
Sons subtis
Inundam-me o ouvir,
Sussurrantes palavras
Libertas no ar
Que me inspiram o sentir,
Que me fazem em ti acreditar.
Toques subtis
Inundam-me a pele
Sob o lema do desejo,
Sob o tema do amor,
Sob a forma de uma língua,
Quente,
Húmida,
Deslize ondulante.
Cansaço insinuante
Em corpos salgados,
Molhados,
Devorados por beijos
Feitos entrega e posse,
De pudor despojados,
Largados num leito
Onde juntos,
Adormecemos.
9.Mai.13
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