sexta-feira, 10 de maio de 2013

Dicionário de Coisas Simples XI

E a sede?
A sede é a vontade
De te sentir o prazer,
Nascente improvável de um mel
Único e inimitável,
No meus lábios a escorrer.

E a fome?
A fome é a minha língua
No teu beijo a enrolar,
Na tua pele a molhar,
E no teu sabor a me perder e deliciar.

E o provar?
O provar é o meu corpo
Que se abre,
Que se deixa tomar sem guardas,
Sem fronteiras,
Para te sentir em mim,
Na pele e na carne
A invadir, a penetrar.

8.Mai.13

Caminhos


Caminhos que percorro
Neste seguir em frente
Sem receio do que se mostra,
Depara depois da curva
Dessa longa e incerta estrada.
Caminhos áridos de facilidades,
Repletos de uma eterna complexidade
Que não me abranda o seguir,
Que não me acalma a Alma.
Caminhos que se cruzam
Em vidas partilhadas
Por momentos mais ou menos longos,
Caminhos paralelos em alguns momentos,
Dispersos na infinidade de passos que damos,
Numa estrada infinda de possibilidades.
Caminhos de decisões e de esperas,
Caminhos que são a tua e a minha vida,
Transformados em momentos
Guardados na memória desta caminhada.
 
 
7.Mai.13

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Dicionário de Coisas Simples X


E o quando?
O quando é o mar acalmar
Depois de receber as turbulentas
E doces águas de um rio
Sedento do seu amor.

E o onde?
O onde é a cama de pétalas de flores,
De cheiros que condenam à luxúria,
O meu e o teu amor,
Tornando-nos divinos pecadores.

E o porquê?
O porquê é o corpo que estremece
Sob o efeito das palavras,
E um coração que vibra
Carregado de uma felicidade,
Imensa de esperanças!

9.Mai.13

Palavras





E as palavras,
Essas abençoadas malditas,
Que nunca são como seria
Esperado ou desejado.
Por vezes carregadas de piedade
Contida na sua infinita inveja,
Doses ínfimas de um veneno
Que acalma e cura a Alma.
Penas que se purgam
Em odes sem sentido
Certo e de significados dúbios,
Inconcretos.
Caminhos que se percorrem
Em frases de prosa enfadonha
Lidas por vozes de alegria,
Cantadas como se fossem poesia.
Palavras que nos regem
Os actos de cada dia,
Mostrando improváveis paisagens
De cores sempre vistas.
E estas, as palavras que os meus dedos falam,
Em linhas somente preenchidas
De vazios que não criticam,
Que denunciam sonhos irreais,
Carregados da certeza do viver
E nunca, jamais,
Roçar o ideal da palavra certa.


7.Mai.13