segunda-feira, 22 de abril de 2013

Dicionário de Coisas Simples V




E o beijo?
O beijo é onde o mergulho
Se concretiza em vertigem,
Onde me perco
Num caminho sem retorno.

E o corpo?
O corpo é onde me delicio
Em sabores nunca antes sentidos,
Em sentidos nunca antes provados
De peles molhadas,
Beijadas por lábios salgados.

 
E a entrega?
A entrega é o lugar por dois corpos ocupado,
Misturados, entrelaçados
Feito explosão de sentidos,
Transformado em orgasmo incontido.
22.Abr.13
 


Dicionário de Coisas Simples IV


E o mar?
O mar é gotas de sal
Ressequidas na pele
De um corpo que sentiu
O suor do amor escorrer
E por dentro, a me encher.

E o vento?
O vento é um afago quente
Num dia de Inverno
Em que o teu hálito o meu invade,
E o meu por inteiro se arrepia.

E o Sol?
O Sol é quem me alimenta
As noites vazias de um leito
Em que o teu corpo
Não me reinventa
Em beijos de quente língua.
22.Abr.13

Dicionário de Coisas Simples III


E o sabor?
O sabor é de um saborear
Perdido no tempo
Em que me entrego no teu corpo.

E o odor?
O odor é de um perfume
Feito de cheiros mesclados
De macho e fêmea
Perpetuados numa eterna entrega.

E o toque?
O toque é marca que se entranha na pele,
Que se afunda na carne,
Que me penetra até à alma
E me faz te pertencer.

E as palavras?
As palavras são parcos sons
Gritados em mudos sussurros
Nesta linguagem única
Do sentir e do te ter.


22.Abr.13

Dicionário de Coisas Simples II


E a Felicidade?
A felicidade tem a cor dos teus olhos,
Onde me revejo e leio
Todas as palavras não ditas.

E os sonhos?
Os sonhos têm o sabor
Da tua boca,
Encostada à minha,
Numa noite de ameno Verão.

E a vontade?
A vontade tem a força de dois corpos
Unidos nesse momento
De entrega e de recebimento,
Em que eu me dou
E tu me tomas.

E o adeus?
O adeus tem o tempo
Que nunca avança
E é sufocantemente lento,
Tornando-se demorado,
Prolongando-se na distância,
Sempre longínqua
De te ouvir de novo.


14.Abr.13