segunda-feira, 22 de abril de 2013

Escondo-me

 
Escondo-me perante o medo de ser tomada por esta sensação de não ter nas mãos as rédeas do meu futuro.
Escondo-me sob um sol que não me queima a pele, que não tem força para penetrar-me a pele e aquecer-me o corpo.
Escondo-me num olhar que transmite um imenso nada, vazio de quereres, cheio de desesperança.
Tapo-me.
Cubro-me.
Em camadas de caras, de rostos, de faces que se vão alinhando e acumulando, formatando ao longo das horas que passo defronte do futuro que não se mostra. Adaptando-me ao vento que corre sem meta específica e que por vezes é demasiado forte, destruidor e que nem assim me quebra, me faz acordar desta profunda letargia, acumulada na minha pele, impregnada na minha alma...

27.Mar.13

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Hoje viajo ao som de...


Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca,
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome nos meninos que têm fome

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço?
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Hoje viajo ao som de...





I find shelter, in this way
Under cover, hide away
Can you hear, when I say?
I have never felt this way

Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on

Could I be, was I there?
It felt so crystal in the air
I still want to drown, whenever you leave
Please teach me gently, how to breathe

And I'll cross oceans, like never before
So you can feel the way I feel it too
And I'll mirror images back at you
So you can see the way I feel it too

Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on
Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on

Maybe I had said, something that was wrong
Can I make it better, with the lights turned on

terça-feira, 9 de abril de 2013

Que me importa...



Que me importam palavras
Rasgando o vento,
Soltas sem destino?
Que me importam versos
Rompendo a garganta,
Sem que ditos com sentimento?
Que me importam discursos
Carregados de vontades,
Se me chegam aos ouvidos sem sentido?
Que me importam sons musicados
Em melodias imitando o mar
Se não são sentidas de verdade?
Que me importa o cheiro
Das flores na laranjeira,
Se não vem do teu corpo?
Que me importa o calor do sol,
Carregando a vida e o alento,
Se não é o da tua pele?
Que me importam os sabores,
Cítricos ou melados,
Novos ou já provados,
Se não são o paladar da tua boca?
Que me importa tudo isso,
Se não for contigo?

8.Abr.13