A tarde vai-se deixando levar no abraço de um fim de dia em que o céu, envergonhado, se esconde e não mostra o seu azul celeste.
O vento é companhia das núvens que esvoaçam sob o seu comando e vão levando e espalhando as suas gotas de água sobre as ruas vazias de gentes e de cheias de carros vazios de calor humano.
A noite é agora senhora dos minutos que se tornarão horas passadas num leito de cama onde os lençóis serão substitutos do calor do teu corpo ausente. E o meu arderá num desejo latente, propfundo e intenso de te querer sentir o toque da pele na minha, do teu respirar junto do meu ouvido, de um roçar de dedos nas ombros, nas costas me façam arrepiar e sentir.
Sentir que vivo, que tenho vontades e quereres, que tenho um corpo que não morreu e que apenas tu sabes despertar.
E sentir-me amada. Mas sobretudo amar. Um amar de corpo e alma que se apodera de mim por inteiro.
E anseio que a manhã chegue o mais depressa possível para que possa sentir-te acordar-me de novo, e uma vez mais, para a vida!
9.Mar.13