segunda-feira, 18 de março de 2013

Palavras não ditas

Palavras improferidas
Palavras que não se ouvem,
Palavras que gritam em surdina,
São mais do que ditas,
São mais sentidas.
Perfuram a pele
E entranham-se
Na Alma que as recebe
E delas bebe,
Delas se alimenta
E com elas se atormenta
Num silêncio que apenas aumenta,
Que ainda mais nos afasta,
Que ainda mais de ti, me ausenta...
19.Fev.13

XI Verdade Irrefutável


... Fazes-me abraçar a vida com muito mais vontade!


17.Fev.13

sábado, 16 de março de 2013

Fechada.

Fechada. Encerrada.
Por vezes gostava de ficar assim sem possibilidade de abertura.
Sem qualquer hipótese de ser vista, olhada e sobretudo, tocada.
Imune a tudo e todos mas sem estar num estado de letargia ou amorfo.
Viver sem me incomodar ou ser incomodada.
Fechada de corpo e de alma, de coração e de pensamentos.
Encerrar-me.
Como se não existisse.
Como se fosse invisível e os meus actos não interferissem com a vida de outras pessoas. Não ferissem. Não magoassem. Não deixassem marcas das que nos fazem jorrar lágrimas e jamais desaparecem.
E não provocar sorrisos e alegrias vãs.
E não dar de mim o melhor e viciar.
E não dar de mim e o pior e quase matar.
Os extremos que vivem em mim.
Queria fechar-me e apenas sentir... Nada!
Não amar, não odiar, não desejar, não repugnar, não desesperar, não acreditar...
Vazia por um momento que ficasse suspenso durante o tempo que tudo demorasse a curar. Um dia, uma semana, um mês... Uma vida.
Fechada por tempo indeterminado onde a chave de mim está ali, ao alcance de um novo sonho, ao virar de uma página branca, lisa e pura, onde o meu sentir será renovado...

17.Fev.13

Horas especiais


E o dia tem horas que são especiais, esses momentos que se eternizam em nós, comandando e controlando os nossos pensamentos, as nossas memórias.
Momentos em que a hora não importa se passa ou se pára, se é noite ou tarde larga, se demorou ou se foi demasiado rápida.
Importa que foi. Que houve. Que existiu e que se repetiu em vezes sem conta por dias que ainda hão-de vir. E esses, sem tempo controlado, sem minutos contados, sem dolorosos adeus programados em que o tempo será apenas e tão só, nosso aliado. Passará ao mesmo tempo que o nosso tempo decidir a demorar-se, a viver-se, a sentir-se. Em ti e em mim. Em ambos enquanto nos amamos, nos beijamos, nos tocamos ou apenas enquanto nos olhamos e tudo, assim em neste silêncio de palavras carregado, tudo falamos.
Há horas do dia que me ficam para sempre, as horas em que do Mundo me perco e nos teus braços me encontro...


4.Fev.13