quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Calaram-se

Calaram-se para sempre
As memórias que relembro
Sem desejar me recordar
Do que já fomos algures no tempo.
Calaram-se,
Acabaram as ilusões que criei,
Todos os momentos em que te sonhei.
Desejei.
Ansiei.
Calaram-se os momentos
Em que te senti,
Em que os teus lábios se perderam nos meus,
Em que o teu gosto fez parte do meu.
Calaram-se as horas
De vento no rosto
Sentindo o cheiro do teu corpo
Que se entranhava na minha pele
E que comigo ficava.
Calaram-se os gemidos
Gritados,
Contidos,
Ferozes,
Sumidos
No meio de um prazer,
Esse que me entorpece os sentidos
E me faz a ti pertencer.
Calaram-se.
Acabaram-se.
E nunca são esquecidos
Enquanto o meu corpo estremecer
Ao som do teu sorriso no meu ouvido,
Ao toque do teu beijo no meu ombro,
Até amanhã, na hora em que tudo,
De novo,
Contigo revivo!

21/11/12

Cheia de nada


Há dias em que ar me preenche o peito por completo e não quer daqui sair, não quer deixar de em mim existir e eu sinto-me cheia desse nada que me sufoca e não permite respirar.
Um nada que em mim se espalha como um veneno no sangue e que mata a cada ramificação de veias que invade.
E eu morro a cada não respirar como se o mundo desabasse e não existisse mais amanhã, mais futuro, mais caminho para andar.
Apenas esse enorme abismo que é o deixar de respirar e de acreditar que é possível voltar a viver.
A viver no silêncio de noites em luar.
A viver na falta de luz dos dias de céu coberto de nuvens a chorar.
A viver na ausência da tua presença no meu corpo a vibrar, a fazer-me sentir, a fazer-me o sangue girar e o coração a bater e o sorriso a brilhar no meu olhar!
Há dias em que me é impossível deixar de te esquecer. E vives e renasces em mim com toda essa tua força e a ti me fazes, de novo, render...

Percorre

Percorre-me o corpo
Como se fosses meu dono,
Como se a minha pele
E a minha carne te pertencessem.
Percorre-me sem medos,
Sem freios,
Enche-me de pecados,
Comete em mim todos os delitos
Que o corpo aceitar,
Que a minha alma te permitir,
Que a mente desejar.
Percorre-me com a língua,
Molha-me com o teu sabor,
Percorre-me com as mãos,
Abre-me por completo,
E entra-me no ventre,
Dá-me todo o teu saber,
O teu querer,
O teu lamber e o meu prazer,
O teu fazer.

VII Verdade Irrefutável


...É a ti que quero e vou esperar-te. E enquanto não chegas, vou sonhar-te.