sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Cerca-me o corpo

Cerca-me o corpo
Num abraço perfeito
Em que as peles se tocam,
Se sente a emoção no peito.
Doce corropio de beijos,
Que me desperta
O pensar e o desejo
De te sentir,
Aqui, ao meu lado,
Deitado neste leito,
Tomando-me toda,
Por inteiro,
Num arrepio que não controlo.
Invade-me a boca
Com todo o teu gosto,
Marca-me a pele com o teu odor,
Faz-me tua sem receio,
Enche-me o ventre com o teu corpo,
Faz-me vibrar em ondas de prazer,
Nesse vai e vem em que me provas
O gosto do corpo,
Num tempo sem horas.
12/09/2012

A maior de todas


Há alturas em que a vontade de não ser eu impera em mim como uma certeza que não admite dúvidas ou passos que não sejam firmes.

Há alturas em que o meu eu não coincide com o que sou como se fosse outro alguém que não esta mulher que vejo e reconheço no espelho há tantos anos.

 Há alturas em que gostaria de ser perfeitamente perfeita sem qualquer dúvida de que cada acção seria a certa.
Em que jamais uma palavra ou atitude da minha parte seria injusta, cruel, parcial ou egoísta.

 Gostava de assim ser: incapaz de magoar quem quer que fosse e a cada minuto as decisões serem indubitavelmente as mais correctas.

Como se soubesse o futuro.

Mas não sei.
E a cada segundo veloz que passamos nesta vida de dias incertos são impossíveis de prever.

E eu, eu erro porque sou imperfeita.
Porque a cada acção e reacção ou omissão é decidida de acordo com o momento e o que sei desse instante.
E eu queria ser perfeita, numa vida perpeita e com sentimentos perfeitos.
Mas sou apenas eu, num mundo pequeno de imensas imperfeicções, sendo eu a maior de todas...
10/09/2012