segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Não momento

E a certeza do fim apodera-se da minha incerta ilusão de que poderia ser diferente o desfecho.
A certeza de que afinal não poderia salvar-te e trazer-te de volta a vida que largaste algures pelo caminho.
Sabes? Há sempre aquela idiota e estúpida sensação de esperança que nos alimenta o coração.
E agora apenas o burburinho de num silêncio de um fim anunciado sem necessidade de desculpas e palavras de conforto.
E o adeus ao que nunca foi acontece num olhar distante e carregado de interrogações enquanto eu me visto de novo e cubro a pele com a certeza de não ter sido o momento...

13/08/2012

Me deixar estar...


E a manhã chega num quente que se cola nos lábios acompanhada de uma suave brisa que me revolve os cabelos. Lânguida e calma como os dias de férias devem ser.
O odor do mar não se sente por entre cheiro a ervas de oregãos secos ao sol e dos coentros acabados de apanhar numa mescla que quase se sente no paladar.
E eu preciso do cheiro a mar.
Desse mar que mesmo longe me envolve, me seduz e me faz querer nele entrar sem saber o que dele esperar.
Desse intenso mar que me recorda como me quero perder no teu olhar, em ti mergulhar sem receio do que ja fomos, sem ilusões do que seremos.
Sim, sem dúvida que quero em ti navegar e em ti, para sempre, me deixar estar...

13/08/2012

Despojos

A manhã chega doce e suave com a sua típica luminosidade crescendo e entrando no quarto num ritmo alucinadamente lânguido. Traz consigo o dia filtrado de sons e cores pelo tecido esvoaçante e translucido das cortinas de tons dourados quentes.
 E o calor tipico de Verao em que os odores das flores invadem as casas, apoderando-se delas, enchendo-lhes os espaços vazios de vida. E nós, pobres almas imperfeitas, sucumbimos a essa magia que nos quase toca a pele, despertando-nos os sentidos e desejos.
Aguardamos ansiosamente que o tempo das horas se ultrapasse a si próprio, acerelando-se rapidamente para que a noite chegue sem demora.
A noite em que a entrega se consuma, em que os lençóis serão testemunha de um amor sem fronteiras onde os corpos navegam entre lagos suaves e mares revoltos, entre o saber e o desconhecido.
E de novo a manhã chega, mostrando-se dona e senhora, acordando a cama carregada de despojos de uma noite fria, crivada apenas com as minhas ilusões, os meus sonhos...
 
08/08/2012

Thoughts III

O teu beijo, devorando-me os lábios, saboreando-me a língua é a minha fraqueza, ao que não te resisto...

04/08/2012