A manhã chega serena e pouco agitada, sem os passos habituais de um dia de semana.
Com um sol pouco brilhante para um dia de Verão chega num calor morno que não se agarra a pele.
Morno como o corpo que me veste a alma desperta ao sabor do canto dos pássaros na janela.
Há manhãs e dias assim, mornos em todo o esplendor que o morno pode ter.
Em que nada me faz viver, sentir e querer.
Em que os dias passam em horas desconsoladas como uma pele branca no auge desta estação. Ou como uma rosa de pétalas vivas e entreabertas, namorando e seduzindo o sol e não se sentir o seu doce e intenso odor.
Há dias em que eu cheiro a nada.
Vazia.
Sem vontade.
São os dias em que quase me mata a saudade. De ti...
30/07/2102
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
O que somos
Somos o que somos e nada mais que tudo isso.
Somos muito mais do que os olhos podem alcançar.
Somos alma, sentimento, dor e alegria.
Somos rugas de quem viveu, amou e sentiu.
Somos lágrimas de alegria no reencontro após a separação.
Somos riso de sabor a sal a brincar nas ondas do mar.
Somos corpo perfeitamente imperfeito carregado de tudo que cabe na alma, no peito.
Que importa a perfeição do rosto, o desenho carmim dos lábios se não sorriem quando falam?
Que importa o azul dos olhos se não se abrem de um brilho ofuscante quando chega o seu amor?
E que importam as mãos lisas perfeitas de unhas imaculadamente pérola se não sabem como tocar?
E que importam as palavras que não são ditas no burburinho que é amar?
Somos o que se vê e mais o que há a descobrir, partilhar. Sem medo, sem receio, num eterno receber e dar.
E tu? Quanto de ti cabe no teu olhar, sorrir e tocar?
26/07/2012
À deriva II
Tenho a sensação que remo num barco naufragado em águas paradas de ondas revoltas, agitadas por um vento que sopra quase demasiado imperceptível.
Um remar numa maré que, estagnada, me enche de ilusões onde os fantasmas do futuro são gigantes que não há forma de assustarem.
Um parado avançar em direcção ao destino desconhecido que enche a palavra amar.
Mas o destino afasta-se a cada trago de água, que não avança, deixando-me numa incerta segurança de me esperar no etéreo do eterno que jamais se alcança.
E eu preciso saber. Tenho de saber, com certezas absolutas se o meu destino coincide com o teu querer.
Se a lenta viagem que faço não e em vão...
E eu preciso saber. Tenho de saber, com certezas absolutas se o meu destino coincide com o teu querer.
Se a lenta viagem que faço não e em vão...
26/07/2012
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