quarta-feira, 20 de junho de 2012
Segredo
Oiço ao longe vozes que falam em surdina, contando segredos que soltos ao vento quente da noite, são como folhas frescas ondulantes que nos levam para longe.
Vou contar-me a este vento, calada, em silencio, gritando sem que se ouca e quando chegar, me soltar e libertar, ser palavra ouvida, falada e sentida nesse imenso lugar onde cabem todos os segredos que esses teus olhos cor de mar sabem de cor, quero em ti ser eu e apenas tua.
Vou indicar-lhe o caminho, sem erro, falha ou demora, tenho urgência em chegar ao destino, de a ti me dar, de em ti me largar e nunca, nunca mais te soltar...
2012/06/17
Tuas mãos
Nas tuas mãos há linhas que são futuro,
Que são marca do passado,
Do que foi e do que sonho.
Mãos que me protegem,
Que são meu porto seguro,
Nos abraços que preciso,
Que me confortam no teu peito,
Que sinto forte e vivo.
Mãos que me chamam
Que alimentam corpo e alma,
Que me seduzem a pele,
Arrepiam,
E da letargia me acordam.
Deslizam,
Apertam,
Invadem e devoram
Cada poro,
Cada recanto,
Cada caminho que agora traçam,
Novo ou antigo,
Descoberto ou já percorrido.
Nessas tuas mãos me entrego,
Por completo, sem medo.
Que são marca do passado,
Do que foi e do que sonho.
Mãos que me protegem,
Que são meu porto seguro,
Nos abraços que preciso,
Que me confortam no teu peito,
Que sinto forte e vivo.
Mãos que me chamam
Que alimentam corpo e alma,
Que me seduzem a pele,
Arrepiam,
E da letargia me acordam.
Deslizam,
Apertam,
Invadem e devoram
Cada poro,
Cada recanto,
Cada caminho que agora traçam,
Novo ou antigo,
Descoberto ou já percorrido.
Nessas tuas mãos me entrego,
Por completo, sem medo.
2012/06/16
E o corpo
E o corpo vibra,
Delira,
Sente,
Quente,
Doce loucura,
Demente ternura,
Ritmos compassados,
Nos quereres que trocamos.
Corpos que se unem,
Fundem,
Homogéneos no sentir,
Do desejos mais secretos,
Nos mais ínfimos pecados
Em que a pele nos faz cair,
Em que os lábios se fazem deslizar,
Na procura de um intenso entregar,
A nós, ao nosso prazer.
Delira,
Sente,
Quente,
Doce loucura,
Demente ternura,
Ritmos compassados,
Nos quereres que trocamos.
Corpos que se unem,
Fundem,
Homogéneos no sentir,
Do desejos mais secretos,
Nos mais ínfimos pecados
Em que a pele nos faz cair,
Em que os lábios se fazem deslizar,
Na procura de um intenso entregar,
A nós, ao nosso prazer.
2012/06/16
Nada...
E um dia deixarei de existir.
Deixarei de ser eu,
De ser quem vês,
Quem sentes,
Quem ouves,
Quem lês.
Nada. Serei tudo o que é nada.
Uma lembrança passada,
Esbatida como uma pintura
Na parede exposta ao sol.
Uma leve e suave recordação
De dias que já não o são,
Que foram de alegria,
De cumplicidade,
De segredos trocados,
Sonhos partilhados
Nunca concretizados.
Nada. Tudo que nada é, em mim,
Parte integrante do meu ser vazio,
Sombrio,
Perdido nos dias de desventura,
Sem guia nem caminho,
Nem luz, nem sorriso,
Nem sons que não sejam de martírio,
De dor e de saudade...
Saudade de ti a morar em mim.
2012/06/16
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