"Sabes o quanto te desejo?" - murmurou ao seu ouvido, sem demoras. Directa como sempre, com aquele sorriso que o desarma, com aqueles lábios em que se perde.
Ele tornou-se romântico, as palavras doces e meigas surgem agora sussurradas ao ouvido, recadinhos de amor espalhados pela casa, presos em bouquets de flores do campo - que ele próprio apanhou no caminho para casa.
Sempre fora um sedutor, não se importando com estes pequenos pormenores. Era inclusivé, capaz de desdenhar de homens, jamais por ele vistos como viris, que o faziam. Mas agora fá-lo. Com prazer o que é mais estranho ainda.
A voz daquela mulher entra no seu corpo como jamais alguma entrou. A juventude do seu corpo, da sua suave pele de menina, o olhar terno e perdido com que acorda todas as manhãs a seu lado, deixam-no rendido.
É bonita sim. De uma beleza que não passa despercebida, de um sorriso franco e genuíno, como se o amanhã fosse livre de preocupações. Como ela o faz sentir-se assim: liberto. Vivo de novo. Com a sensação de ser um homem capaz de apaixonar mas, sobretudo de voltar a amar.
Entrara na sua vida quando já nada o movia, já nenhumas palavras o preenchiam, nenhuma música tocava na sua alma, emperdenido que estava de corpo e coração pelo passar do tempo, pelas vulgares horas do passar dos lentos minutos cinzentos.
E ela surge, de forma inesperada, com toda aquela vida, aquela vontade de fazer passar os dias com a velocidade de um intenso dia de Verão. Com aquela louca vontade de lhe dar a mão e puxá-lo, trazê-lo de volta ao céu da ilusão, da paixão.
Uma menina-mulher furacão. Com vontade de viver, de se conhecer, de se dar e apaixonar, de se tornar mulher. Às suas mãos.
E ele aceitou-a com toda a entrega que um homem que já não acreditava, se pode entregar: por inteiro, por completo. Era a última chance de ser feliz, de voltar a ser feliz. Porque o fora e muito. Mas agora precisava voltar a sentir o sangue a correr nas veias, quente e incessante, o respirar a voltar a suster-se de alegria por um abraço, por um beijo de línguas trocadas no meio da praça, sem receios, sem vergonhas.
A ansiedade por chegar a casa e sabê-la esperando-o sem o esperar efectivamente. Apenas saber que ela lá está, aguardando que o seu amor, ele, chegue e possa de novo o seu olhar brilhar. Sim! Como brilha o olhar dela quando o vê a entrar na sala, depois de chegar da rua, nem que tenha ido apenas à padaria do lado comprar o seu bolo preferido. É gulosa sim, não só por bolos, mas por tudo que lhe dá prazer. E ele adora vê-la sorver, com aquele ar de criança deliciada com a sua guloseima diária, como quando é ele o sorvido.
E anseia chegar a casa, ver-lhe o brilho nos olhos, o sorriso na boca, saltar-lhe para o colo, abraçando-o com as pernas e braços e todo o corpo e dizer-lhe, murmurando ao seu ouvido sem demoras:
"Sabes o quanto te desejo?"
Ele tornou-se romântico, as palavras doces e meigas surgem agora sussurradas ao ouvido, recadinhos de amor espalhados pela casa, presos em bouquets de flores do campo - que ele próprio apanhou no caminho para casa.
Sempre fora um sedutor, não se importando com estes pequenos pormenores. Era inclusivé, capaz de desdenhar de homens, jamais por ele vistos como viris, que o faziam. Mas agora fá-lo. Com prazer o que é mais estranho ainda.
A voz daquela mulher entra no seu corpo como jamais alguma entrou. A juventude do seu corpo, da sua suave pele de menina, o olhar terno e perdido com que acorda todas as manhãs a seu lado, deixam-no rendido.
É bonita sim. De uma beleza que não passa despercebida, de um sorriso franco e genuíno, como se o amanhã fosse livre de preocupações. Como ela o faz sentir-se assim: liberto. Vivo de novo. Com a sensação de ser um homem capaz de apaixonar mas, sobretudo de voltar a amar.
Entrara na sua vida quando já nada o movia, já nenhumas palavras o preenchiam, nenhuma música tocava na sua alma, emperdenido que estava de corpo e coração pelo passar do tempo, pelas vulgares horas do passar dos lentos minutos cinzentos.
E ela surge, de forma inesperada, com toda aquela vida, aquela vontade de fazer passar os dias com a velocidade de um intenso dia de Verão. Com aquela louca vontade de lhe dar a mão e puxá-lo, trazê-lo de volta ao céu da ilusão, da paixão.
Uma menina-mulher furacão. Com vontade de viver, de se conhecer, de se dar e apaixonar, de se tornar mulher. Às suas mãos.
E ele aceitou-a com toda a entrega que um homem que já não acreditava, se pode entregar: por inteiro, por completo. Era a última chance de ser feliz, de voltar a ser feliz. Porque o fora e muito. Mas agora precisava voltar a sentir o sangue a correr nas veias, quente e incessante, o respirar a voltar a suster-se de alegria por um abraço, por um beijo de línguas trocadas no meio da praça, sem receios, sem vergonhas.
A ansiedade por chegar a casa e sabê-la esperando-o sem o esperar efectivamente. Apenas saber que ela lá está, aguardando que o seu amor, ele, chegue e possa de novo o seu olhar brilhar. Sim! Como brilha o olhar dela quando o vê a entrar na sala, depois de chegar da rua, nem que tenha ido apenas à padaria do lado comprar o seu bolo preferido. É gulosa sim, não só por bolos, mas por tudo que lhe dá prazer. E ele adora vê-la sorver, com aquele ar de criança deliciada com a sua guloseima diária, como quando é ele o sorvido.
E anseia chegar a casa, ver-lhe o brilho nos olhos, o sorriso na boca, saltar-lhe para o colo, abraçando-o com as pernas e braços e todo o corpo e dizer-lhe, murmurando ao seu ouvido sem demoras:
"Sabes o quanto te desejo?"