terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pecado...



Sou. Quero. Muito.
Louca e desvairadamente.
Sim. Ser tua. Sentir-te.
Ter-te e dar-te.
Deixar-te usufruir de mim,
Sentir-me o sabor,
Devagar. Lentamente...
Sou. És. Somos pecado.
Maçã proibida. Mais desejada.
Quero. Queres. Queremos infringir todas as regras.
Delitos de pecado. Imperdoáveis.
Muito. Agora. Logo. Amanhã.
Ser tua. Seres meu.
Entregar-te todo o meu desejo,
Dar-te todo o meu prazer.
Sentir o teu querer nas mãos que deslizam e tocam
Sem medo, sem receio e com pecado...
Muito pecado passará pelas nossas bocas,
Pelos nossos corpos. Quase se poderá tocar-lhe...
Senti-lo descer entre nós, misturado com o nosso suor.
O suor do nosso pecado...

11/10/2011

Dor...

Dor que não te sinto,
Que te vejo, pressinto...
Dor que bates à porta
Do meu coração que aperta...
Dor que queres entrar,
Acomodar, ficar e devorar...
Devorar devagar. O que sinto,
O que me faz viver,
O que me leva a querer
E a sofrer...
Devorar devagar. Devorar-me...
Lenta e sofregamente,
Ácida e docemente,
Calma e arrebatadoramente...
Dor que me queres consumir.
Num fogo que vai arder sem fim,
Sem nunca o perceber,
Sem nunca saber...
Dor que me rondas,
Que me desejas de forma louca e insana.
Porque me queres fazer sentir-te
Quando o que desejo é que vás embora,
Que me deixes, que me faças ser feliz...
Dor que tentas entrar em mim,
Dor que só existirás enquanto eu permitir...

11/10/2011

Esquece(r)

Esquece meu amor que eu existo,
Que alguma vez sonhei ser o que nunca fui...
Esquece meu amor que a minha alma te pertenceu,
Que um dia fui tua, por inteiro, sem receio...
Esquece que um dia bebeste da minha água,
Comeste do meu pão, me tocaste sem senão...
Esquece meu amor que eu alguma vez tentei,
Fazer parte de ti, como tu fazes parte de mim...
Esquece que um dia me desejaste,
Que um dia fui o teu querer...
Esquece que já fiz parte da tua vida,
Esquece como esqueces as gotas da chuva de Verão,
Suaves, refrescantes, leves e quase desejadas
No quente do teu corpo vulcão...
Esquece que deslizei por ti, pelos teus dias,
Qual gota de orvalho, sacudida pelo vento...
Esquece que já fui tua...
Esquece que já me esqueceste e vem,
De novo, viver-me e voltar-me a esquecer...

11/10/2011

Morreria...

Morreria. Sim morreria se não mais visse teus olhos,
Se não mais ouvisse tua voz, teu riso que me encanta,
Que me enche de vida, de querer mais.
Morreria. Sim morreria se não mais sentisse o teu abraço,
O teu coração bater acelerado, descompassado,
Ao encontro do meu...
Morreria. Sim morreria se não mais pudesse falar-te,
Sentir-te e amar-te. Ter-te e dar-te.
Sim. Morreria. Mas isso, era antes.
Antes de saber que sou capaz sozinha,
Que vivo e respiro e sou sem ti.
Talvez mais até, mais eu. Menos tu.
Morreria. Mas agora não sem ti.
Morreria se aí ficasse, sofucada,
Triste e sem vida minha. Apenas a tua.
Morreria. Não eu, mas tu em mim.
E eu seria apenas mais uma...
Morreria. Já não morro.
Agora vivo por mim e em mim!
Morreria... Sim morreria, mas agora, se não fosse assim...

11/10/2011