sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Imperfeitamente perfeita



Não há vento, nem chuva, nem frio e nem sol apenas essa inexistência da luz que nos faz viver e aqui dentro, destas paredes que não vejo mas sinto a presença, há vida.
Existo eu.
Existe o meu corpo e o que sinto, o que desejo e o que penso, o que não tenho e o que nego e rejeito.
Há um corpo que desperta suavemente em movimentos que sentem a tua ausência no leito feito frio nessa dolorosa percepção e logo uma recordação ultrapassa o vazio e me enche de emoção.
E é tudo o que quero.
Viver numa constante emoção que me complete e faça inteira e me preencha e faça sorrir a toda a hora e que me faça chorar e crescer e aprender a lidar com tudo do que nos apetece fugir.
Não quero que o nascer do dia me traga um conto de fadas mas quero mais, muito mais que esta vida aparentemente perfeita e vazia de partilhas.
E eu quero partilhar-me, dar-te e receber-te, aprender-te e crescer-me, ensinar e apoiarmo-nos, que me aceites as qualidades e me ames pelos defeitos.
Não quero um conto de fadas, quero uma vida real construída e tornada, a cada dia, na nossa imperfeitamente perfeita vida.

15/12/2012

Sem comentários:

Enviar um comentário