segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Imagino como será...

Imagino como será o dia em que te olharei nos olhos. Tem de acontecer. É mais que evidente...
Combinaremos o local... Há beira-mar ou no rio. Há sempre alguma esplanada por perto para nos podermos sentar, tomar o tão famoso café ou a inócua água, mas sobretudo para não estarmos sozinhos mas, no meio de tantos outros encontros. Quem sabe, primeiros encontros como o nosso...
Dir-te-ei o que vou levar vestido. Terei de pensar nisso com cuidado... Nada de exuberante, mas não posso aparecer-te sem estar cuidada, sem parecer sedutora qb. Levarei calças sem dúvida. Sinto-me confortável de calças. Para cima escolherei vermelho para realçar os lábios ou o azul para não parecer tão agressiva. Azul definitivamente.
Irei esperar-te junto ao varandim de acesso à praia. Irás ver-me de longe. Verificar se não te vou desiludir com o meu aspecto. Se serei como tu imaginas. Vês-me de cabelo à brisa, a afastá-lo da face e reconheces-me de imediato. Como se já me tivesses visto. Sentirás o coração bater mais forte à medida que te aproximas. Pronuncias o meu nome num tom de voz quase imperceptível... Mas eu ouço-te. Mas finjo que não. O coração dispara, louco, acelerado... Quase a saltar do peito.
É agora. Chegou a hora. Estamos aqui: eu de costas, tu nas minhas costas. O cair do sol já se iniciou. Tudo tem um tom alaranjado. Os salpicos das ondas nas rochas são cor de arco-íris... A areia tem corpos morenos estendidos em pequenos tecidos coloridos e meninos a correr atrás de um castelo de areia. Se me virar, se te vir irá o meu sonho desmoronar-se como o castelo? Não gostarás do que vês? Não serei mais do que este rosto que agora descobres e não caírá por terra tudo o que nos fez chegar aqui?
Sussurras o meu nome novamente. Instintivamente viro a cabeça. E já está! Já não há volta a dar. Está feito. Já me viste. Já sabes que sou eu. Já não posso fugir. Tirar o casaco e fazer de conta que não sou eu. Que sou outra qualquer. Não: está feito. Já me viste.
E eu a ti! Vejo um sorriso aberto, franco, parece-me genuinamente sincero. Os teus olhos brilham, mas será por causa dos raios de sol que emolduram a face? Será por isso que sorris? Por não conseguir controlar os trejeitos faciais por causa da intensa luz do Sol? Mas porque teria eu de marcar para esta hora do dia? E porque vieste sem óculos de sol??
Mas quem, no seu perfeito juízo, vem sem óculos de sol num dia como este?
E agora, irritei-me com a minha própria imaginação e já não consigo continuar a imaginar....
E para quê? Não passa disso mesmo: pura imaginação...
Apenas desejo de que seja perfeito. Que gostes de mim e eu de ti... O mesmo gostar que nos fez encontrar.

06/07/2011

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