quinta-feira, 10 de março de 2022

Cairei

 



Um dia cairei,
De joelhos rendida:
Tudo o que lutei,
Resultou no que devia.
Chega de lágrimas no rosto,
Salgadas pelo desgosto,
De viver em demasia,
Vidas que não esquecia.
Fardo pesado trazia,
De pecados inconfessáveis,
Guardados, cravados na Alma,
Profundamente ferida.

Um dia cairei
E de joelhos rendida,
A certeza terei
Que todos os pecados, as mágoas e as feridas,
Foram expiados
E assim partirei
De Alma curada e com alegria!

Cat.
2021.03.31

quarta-feira, 9 de março de 2022

Adeus (à) Vida XXXVII

 

Digo-te que partirei
Um dia,
Como não sei,
Mas será como devia:
De Alma leve e vazia.

Digo-te que não me chores
A partida,
Será sinal que os meus sentires
Já curaram a ferida.

Digo-te que partirei
Feliz e sem demoras,
Será breve a despedida,
Um beijo e um até já,
Sem delongas.

Digo-te que não me chores,
Pelo menos por perda ou tristeza,
Se lágrimas salgadas caírem
Que sejam, do nosso reencontro,
Ter absoluta certeza.

Cat.
2021.03.31

Adeus (à) Vida XXXVI





Penso na hora derradeira:
Será branda ou uma tormenta,
Fecharei os olhos suavemente
Ou sentirei a dor de um coração a parar?

Não sei o que me espera,
É uma incógnita, uma incerteza...
Viverá, depois, a minha Alma
Ou serei nada mais que poeira?

Perderei noção de quem sou,
De tudo o que vivi,
Ou pensarei apenas
No que deixarei aqui?

Não quero pesos em mim:
Nem no corpo, nem na Alma,
Gostaria de me ir assim,
Dormindo como quem sonha.



Cat.
2021.04.30

terça-feira, 8 de março de 2022

Adeus (à) vida XXXV


Pergunto-me quantas vezes
Terei de viver
Para que a vida
Deixe a minha Alma morrer?

Quantas vezes terei
De me transformar,
De noutra me tornar
Para poder descansar?

Serei merecedora de tamanha tormenta,
De na pele do rosto carregar
Sulcos de lágrimas salgadas,
De o corpo já não ter força para lutar?

Que terei feito,
Nesta ou noutra vida,
Para tal me acontecer,
Para a morte (ainda) não merecer?



Cat.
2021.04.30