quarta-feira, 22 de janeiro de 2020
Solidão
A solidão é uma porta aberta: apanha-te desprevenida e quando dás conta, está confortavelmente instalada.
Queres que saia, que se vá, que te deixe tão rápido quanto o chegou e... Nada. Apenas o silêncio. O constante silêncio da solidão.
Nada mais adentra dentro de ti como a solidão.
Nada mais se apodera de ti como a solidão. Por muito que dela necessites. E todos necessitamos. Em algum momento somos nós que a procuramos, somos nós quem a desejamos e a convidamos a entrar. E aí é fácil gerir a estadia.
Mas não é dessa solidão que falo. É da outra. Daquela que sentes quando os outros te desiludem. Quando os outros não agem de igual forma perante a vida, a amizade e o relacionamento. Aquela solidão em que sentes que apenas uma das partes dá. Tudo. Uma e outra vez. Aquela solidão que aparece nas pequenas coisas que, para ti são óbvias, mas para os outros nem com desenhos a mexer. Quando pensas que é tão simples colocares-te no lugar do outro, que não imaginas não o fazer, que te é inconcebível não lhe vestires a pele. Não conseguires pensar nos motivos, razões e decisões. Mesmo que jamais as tomasses de igual modo.
Quando te preocupas e pensas no bem estar dos outros mais do que quem o deveria.
Quando conversas de forma justa e compreensiva.
Quando, argumentas sem causar danos ou dor - porque a verdade dói, mas não precisa de ser bruta.
A solidão não é só ausência de pessoas. A solidão é, muitas vezes, a ausência de empatia...
A solidão é sentires-te deslocada, diferente e pensares que deverias, com toda a certeza, ser um ser, como a maioria, banal.
Cat
2019.08.18
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Nos dias que correm cada vez mais o individualismo está instalado e não dão conta quem está ao seu lado, não é só nos relacionamentos nas amizades também acontece.
ResponderEliminarMas, não deixes de ser a pessoa bela que és.
Beijo doce :)